54 O espelho quebrado da branquidade terísticas hereditárias “essências das Raças do Homem” respondam por mais do que as características morfológicas visíveis - cor da pele, tipo de cabelo, feições do rosto - com base nas quais formulamos nossas classificações informais. O racionalismo está no cerne das tentativas do século XIX de desenvolver uma ciência da diferença racial, mas parece ter despertado também a crença de outro - como HEGEL, anteriormente, e Crummell e muitos africanos desde então - que não tinha nenhum interesse em elaborar teorias científicas. (APPIAH, 1997, p. 33) Acreditamos serem essas formas de teorias das más interpretações e pré-indisposições de cientistas da época que talvez tenham interferido diretamente nas ideologias contemporâneas no que concerne ao conhecimento das culturas raciais nas escolas e universidades brasileiras. Conforme Freire: No fundo a ideologia tem um poder de persuasão indiscutível. O discurso ideológico nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, de distorcer a percepção dos fatos, das coisas, dos acontecimentos. Não podemos escutar, sem um mínimo de reação crítica, discursos como estes: o negro é geneticamente inferior ao branco. É uma pena, mas é isso o que a ciência nos diz. (FREIRE, 1980, p. 149) A visão tradicional da ciência acumulou por toda parte da humanidade o poder mitológico do conhecimento sobre a cultura negra e indígena. Essa visão científica estabelece para si uma profunda criatividade e vai germinando-a de forma ampla e absoluta. As discussões voltadas para o olhar sobre a transdisciplinaridade parecem apontar para diversos questionamentos des-
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