O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 51 de “raças” nas normas de funcionamento de algumas instituições também não o fará: a escravidão já esteve na lei, barreiras institucionais à participação de libertos em diversas agências no Brasil também já estiveram, e nada disso “racializou” a sociedade brasileira. (LIMA, 2008, p. 227) Os questionamentos deste autor nos fazem perceber que, para o mesmo falta algo mais profundo nesta história brasileira que ainda não é evidenciado. As redefinições realizadas no campo das relações raciais, além de se apresentarem fortemente enraizadas na sociedade, a ideia é que as mesmas são cada vez mais reestruturadas dentro deste campo relacional, onde se perpetuam as mais estranhas complexidades em benefício de uma pequena elite social, política e enrijecida. Para Hasenbalg: O componente final da situação colonial é o racismo, empregado como princípio de dominação social, através do qual o grupo visto como inferior ou diferente em termos de supostas características biológicas é explorado, controlado e oprimido por um grupo supraordenado. (HASENBALG, 2005, p. 117) Neste sentido, concordamos com alguns autores quando se referem à importância da ética. Não se pode também acreditar numa ética que seja a única e verdadeira ou democrática. A própria ética também não foi um conceito respeitado por alguns cientistas, que se cegaram por vias de um “ego” rancoroso, diante deste conceito no intuito de salvaguardar as suas concepções pessoais e não as concepções científicas propriamente ditas. Pode-se nesta discussão trazer presente a ideia da eugenia também pensada bruscamente no sentido de separação e dano social.

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