O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

50 O espelho quebrado da branquidade No mundo afrodescendente, podem-se averiguar as diversas funções exercidas por sujeitos que reagiram e reagem ainda hoje contra as dominações intelectuais excludentes. Ao longo da história brasileira, dados históricos referenciais apontam para tentativas ideológicas apresentadas e que, possivelmente, nunca foram contempladas pelo poder intelectual dominante da época. 1.5 Para superar falácias e a ética enganosa Já temos muitas visões e leituras sobre as estatísticas do IBGE16 e outros grandes centros de estatísticas que provam as defasagens da população negra em todos os níveis sociais, econômicos, culturais, educacionais, políticos e muito mais prejudiciais no que tange às negligências salariais. Foi por este viés que fomos percebendo a existência de outra situação que implica severamente nas problemáticas de inclusão social e racial dos sujeitos negros na sociedade. Alguns autores também entendem que somente a força das leis e as demandas apresentadas pelos estudos estatísticos não irão dar conta da inclusão dos afrodescendentes e de igual maneira da população indígena. Diante disso, Lima argumenta que: A discriminação racial, as desigualdades raciais e as diferenças não racializaram a sociedade brasileira. Realmente não acho que as políticas afirmativas o farão. A ideia de que a constituição de elites e o aumento de contingentes de uma camada média negra “racializaram” a sociedade também não se sustenta, em minha opinião. Elites e camadas médias negras já existem no Brasil há muito tempo, apesar de seus números ínfimos, e não “racializaram” a sociedade. A presença 16 Conforme Lima em seu artigo publicado no livro Cotas Raciais no Ensino Superior: entre o jurídico e o político. Curitiba: Juruá, 2008.

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