O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

42 O espelho quebrado da branquidade lizada nos sujeitos que ainda não conseguem avançar na sua formação de consciência e identidade cultural. A trama que se revela no campo simbólico dos indivíduos, talvez, esteja de certa maneira dominada ou vigiada pela força simbólica da branquitude. Essa dominação e vigilância parecem se relacionar com os medos da perda deste “lugar de privilégio e status”. Neste sentido, muitos outros aspectos “patológicos” vão sendo desenterrados destes porões históricos dos brancos que, ao longo desses processos culturais sutilmente ou mascaradamente vieram desviando ou até mesmo “torcendo” a própria consciência dos sujeitos das culturas dominadas e excluídas. 1.3 Hibridismo, negritude e branquitude Na realidade, quando se abre a cortina acadêmica para a discussão retórica da branquitude, não se sabe o agravamento e complexidade ideológica que se alastrou diante desta problemática. Conforme as opiniões de Cunha (2002, p. 253),12 “não temos uma unidade de raça. Não a teremos, talvez, nunca. Não há um tipo antropológico brasileiro”. O pensamento deste autor confirma nossa tese de que não há uma única identidade estável que poderá continuar sendo avaliada como a única. O hibridismo brasileiro parece não ter mais alcance. Na realidade, ainda há muitas mortes culturais e, como é de hábito, essas são exterminadas involuntariamente nas comunidades ou periferias excluídas e extremamente empobrecidas. Para Euclides da Cunha, essa é uma situação que marcou suas reportagens nas campanhas e coberturas jornalísticas da época. Assevera Ferraro13 que: 12 CUNHA, Euclides. Os Sertões. In: SANTIAGO, Silviano. Intérpretes do Brasil. 3 volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. Vol. 1, p. 169-606. (Disponível em outras editoras também.) (Obra de 1902). 13 FERRARO, Alceu R. Educação brasileira: diferenças e desigualdade. (BBE)/Inesp. Revista Brasileira de Educação v.14 n.41 maio/agosto. Sociedade a impressão 2008.

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