16 O espelho quebrado da branquidade ca, superando éticas enganosas, ainda tão presentes no nosso cotidiano, de modo particular, no que tange à problemática dos afrodescendentes. Para poder mover-se nesta complexa e às vezes tensa problemática, a autora vai buscar subsídios em três autores, que pudessem ajudar a iluminar suas construções teóricas, que são Florestan Fernandes, Alberto Melucci e Paulo Freire. O primeiro valoriza e apresenta uma crítica construtiva nos rumos da sociologia e da ciência e da militância neste contexto. O segundo trata da patologia da branquidade, muitas vezes ainda inconsciente nas intervenções racistas ou discriminatórias dos sujeitos, sendo que nesta discussão a autora também se apóia em Guerreiro Ramos. O terceiro, que é Paulo Freire, propõe uma reflexão sobre as práticas pedagógicas face às abordagens da cultura afrodescendente e seus aspectos teóricos e metodológicos. O livro permite mostrar a relevância da retomada da reeducação racial entre os brancos e afrodescendentes, buscando revelar as situações veladas que levam à geração da violência simbólica, com suas discriminações no cotidiano civil e religioso das pessoas. Por fim, considera-se na obra que para haver avanços, é fundamental uma abordagem transdisciplinar no processo de reeducação das interações raciais.
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