O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

138 O espelho quebrado da branquidade rem concretizadas, além do grande esforço e de todo o trabalho do Fórum Estadual de Educação Étnico-racial. Acreditamos no fortalecimento dos fóruns e subfóruns para contribuir nesta ação concreta da visibilidade e oportunidade dos afrodescendentes. Consideramos ainda a questão das duas formas de conceber a branquidade e branquitude. Levamos em conta que, na região do Vale do Ivaí, há uma forte expressão da branquitude. Sujeitos brancos que assumem uma atitude de aceitação e recepção dos sujeitos afrodescendentes e também os povos indígenas. Isso ficou muito evidente nas falas dos entrevistados. Falas que resultaram das entrevistas: Então, é um sinal que eu vejo hoje, que nós temos nossa participação mais firme mesmo na sociedade aqui e na região do Vale do Ivaí. Sabe Vane, aonde você vai aqui na casa de um parente ou primos mais longe, todos eles têm como te receber, ficar tranquilamente na casas deles; tem comida, pouso. Sabe, sempre tem o que te oferecer Talvez é o que precisa ser feito lá no RS, porque, pelo que a gente vê na televisão, a coisa lá é ferrada mesma com esse negócio de racismo. O que a gente vê pelos MCS, acho que são os alemães, são duro no racismo, se é aqui eles iam gastar muito dinheiro só pagando indenização para os cidadãos de origem afrodescendente e índios. Ah!, Eles iam ver só o que é ser cidadão de respeito... Será que lá eles não aprenderam a respeitar o diferente? Eles querem espaço só para eles. Mas hoje não tem dessa não; eles estão muito atrasados, não é Ah!, Como eles são bobos assim... Você viu aquela... (Entrevista, UEM) Já no contexto do Vale do Itajaí e a universidade neste contexto, a suspeita inicial que tínhamos com relação ao comportamento diferenciado dos brancos nas três regiões pesquisadas, reforça a hipótese da existência de certo equilíbrio entre branquidade e branquitude. Considerando as reações surgidas por meio das entrevistas, notou-se forte resistência e emancipação dos afrodescendentes neste vale, porém ausente da atuação ativa na universidade. Pelo que analisamos a partir das entrevistas, os grandes nomes como, por exemplo, Bornhausen, Konder, Müller, Schmitt, Raidmann, Ramos e Miranda, representativos da bran-

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