Adevanir Aparecida Pinheiro 125 processo, que podemos considerar aqui o objetivo do nosso projeto de pesquisa. Desta forma argumenta Nuttall:44 Pretendo mostrar a que ponto, nesses textos, longe de ser normativa ou coerente, a branquitude emerge dentro de uma gama de formações ou constelações, em particular as que têm a ver com o mascaramento, a ocultação, a transfiguração e o sigilo, por um lado, e com a política e a prática da visibilidade (inclusive através da própria escrita), por outro lado. (NUTTAL, 2004, p. 183) Para pesquisar e investigar a dinâmica de visibilidade ou invisibilidade e inclusão dos sujeitos afrodescendentes, percebemos a necessidade de aprofundar conceitos culturais ligado ao contexto branco, ainda oculto, mas que poderão ser elementos importantes na quebra do silêncio que transcorreu no passado da cultura brasileira e continua muito presente e de maneira muito sigilosa e intocável. Muitas dificuldades são encontradas para se obter informações e pesquisas neste sentido, mas em nossos levantamentos bibliográficos, encontramos autores que se dedicaram e se dedicam a essa temática no âmbito nacional, através de pesquisas e leituras, apontando para ideias positivas e escritas que, embora embrionárias, apresentam conhecimentos teóricos e históricos fundamentais sobre a branquidade. As estruturações históricas sobre a ordem social brasileira foram moldadas para sustentar os modelos de políticas econômicas e sociais da época centrado num país fundamentados na ideologia do branqueamento. A partir de nossas experiências empíricas e observações cotidianas, passamos a nos inquietar com algo mais transcendente nessa história e problemática relacionadas às relações de com44 NUTTALL, Sarah. Subjetividade da branquitude. Artigo publicado na obra de Vron Ware. Branquidade: Identidade branca e multiculturalismo. Vron Ware (org.): Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz