O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

114 O espelho quebrado da branquidade fluente. Essas teorias somente serão desacreditadas, com maior força, no século XX, depois da segunda Guerra Mundial, com a derrota dos alemães. Naquela época. Adolf Hitler, chanceler do Estado alemão, sustentava a superioridade e pureza da raça branca (germânica) e, para conquista apoio popular, utilizava o racismo dissimulado como argumento científico que se tornou em um eficiente instrumento de propaganda política (Hodsbawm, 1995: 16-17;Arent, 2006:4 58; Gilroy: 2000:141). (CARDOSO 2008, p.39) Buscamos, assim, explicitar o entendimento dos brancos quando dizem que não existe racismo e que todos são iguais. Eles buscam evitar os debates e as discussões nesta direção. Entendem que embora isto já pareça uma discussão já vencida, ainda há muitas resistências a serem desveladas, sobretudo, no cotidiano e que necessita de ampla reeducação neste sentido. É por isso que falamos na importância de uma reeducação no meio acadêmico e que as academias também precisam rever suas metodologias e seus referenciais teóricos e científicos. A democratização dos estudos, seja de ordem epistemológica, seja de outra dialogicidade, exige flexibilidades históricas, objetivando novas descobertas e conhecimentos científicos e demais elementos didáticos que possibilitem a criatividade do aluno ou de seu educador. O que chamou nossa atenção ao longo dos estudos envolvendo as relações étnico-raciais é o fato de que grande parte dos conceitos ficaram centrados apenas numa determinada cultura como a dos afrodescendentes, deixando de lado, resguardada em seu profundo silêncio, a cultura da branquidade. Parece que foi neste silêncio que a branquidade teve espaço e poder para desbravar a sua própria patologia muito bem apresentada por Guerreiros Ramos nos anos 50. Conforme Gonçalves e Silva (2000), para a população afrodescendente as dificuldades históricas são profundas, sobre-

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