O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

104 O espelho quebrado da branquidade Diante disso, podemos enfatizar nossos questionamentos e descobertas: de que maneira esses novos projetos institucionais e organizações sociais, escolas que se dizem voltados para a inclusão, elaborados no nível do saber e de um conhecimento amplamente sistematizado, percebem, visualizam e lidam com as temáticas da identidade e das oportunidades? Quais as dinâmicas teóricas, técnicas e metodologias usadas para pontuar a visibilidade de inclusão destes sujeitos de etnias diferentes? A pesquisa que realizamos teve, neste sentido, o intuito de produzir novos conhecimentos na revisão e análise, frutificando novas propostas ancoradas num novo olhar ético e troca de diálogo mais confiável entre os sujeitos responsáveis pelas mudanças institucionais, sociais e os seus sujeitos favorecidos. É importante enfatizar que muitos profissionais que possuem essa postura ou visão perversa da “brancura” ou “branquidade”, nem sabem do verdadeiro equívoco causador de conflito na humanidade. 3.2 As violências simbólicas no processo educativo Pode-se dizer que um primeiro grande contexto favorável às violências simbólicas está constituído, quando o negro, depois de excluído e machucado no ensino básico (fundamental e médio), é incluído no ensino superior, sem os devidos cuidados e atenções. Isto acaba sendo terreno fértil de geração e reprodução da violência simbólica, com a sutileza enrustida, imperando no domínio dos sujeitos brancos. Nesta mesma direção de pensamento, podemos citar também o conceito de violência simbólica elaborado por Bourdieu (2004) para descrever o processo pelo qual a classe que domina econômica e socialmente a sociedade se impõe e reproduz seus mecanismos de ação, percepção e julgamento aos dominados. O autor parte do princípio de que a cultura é arbitrária, uma

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