O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 103 [nos] diálogos na sala de aula se deve fomentar a reflexão emocional. Por exemplo, os/as estudantes devem ser capazes de poder expressar seus sentimentos de irritação perante o fato de que seu próprio conhecimento histórico e ético tem sido omitido do currículo e da sociedade em geral. (ROSSATO, 2003, p. 13) A preocupação deste autor vem ao encontro com as nossas percepções em torno das reações causadas nos trabalhos de assessorias nas Escolas, quanto também nas intervenções pedagógicas na universidade através dos projetos sociais, PAs - Programas de Aprendizagem e nas licenciaturas. Isso pode ser um dos agravantes que pode ter gerado, ou continua gerando atualmente, o processo de discussão da lei 10639/03, as possíveis exclusões dos afrodescendentes, ou das etnias que necessitam de uma metodologia ética e de uma pedagogia crítica. Diante do exposto, parece que nesse ponto existe uma espécie de “cerca com arame farpado”, ou uma “porta trancada com fortes cadeados”, controlado, sobretudo, pela ciência e métodos tradicionais moldados pela força hegemônica da branquidade e para a própria branquidade. Isso, vivenciamos e percebemos minuciosamente a partir das experiências que tivemos nas assessorias sobre as diversidades culturais desenvolvidas com os currículos de Licenciatura e com os PAs - Programas de Aprendizagem. Muitos sujeitos já se veem sujeitados em suas passividades de aprendizados acadêmicos, para não dizer “domesticados”. Talvez nesse meio a violência simbólica da “brancura” possa estar presente através da sua dura dominação sobre os saberes e o que os acadêmicos podem ou não saber e aprender por meio de uma prática que continua sendo controlada e vigiada através da intervenção sutil e velada das práticas e orientações pedagógicas atuais. sem Fronteiras, v. 3, n. 2, pp.70-90, jujl/dez. 2003. Disponível em <www. currículosemfronteiras.org>. Acesso em: 14 de abril, 2008.

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