Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização
A dimensão industrial da midiatização: investigação do ponto de vista das indústrias culturais 85 do indústrias culturais. Consequentemente, o peso industrial de tais segmentos na economia da cultura não era tão grande em comparação com seus ramos históricos (como a indústria do cinema, a indústria fonográfica, o segmento de publicação de li - vros, a televisão e outras mídias). Agora, com uma proliferação de tecnologias digitais, podemos observar como, progressivamente, esses domínios não industriais da cultura passam a se orientar para a massa e se tornam mais bem midiatizados, o que os leva rumo à industria- lização. Assim, os espetáculos teatrais estão aumentando cada vez mais sua audiência através de festivais e mostras de cinema, a educação se torna on-line com a invenção dos cursos on-line abertos em massa ( Mass Open Online Courses – Moocs) e tecno- logias de educação à distância, enquanto podemos ver o surgi- mento de novas formas de divisão do trabalho dentro desses domínios e suas novas alianças estratégicas com outros campos das indústrias da cultura e da comunicação. Este artigo examina esse processo com base nos casos de alguns campos das artes cênicas e da educação. Teoria das indústrias culturais A teoria da indústria cultural está baseada em dois pilares teóricos. O primeiro é a abordagem crítica da Escola de Frankfurt. O segundo é a economia política da comunicação. O ponto central dos primórdios da Escola de Frankfurt foi a chamada reprodutibilidade técnica, que está impulsionando a transformação da cultura em bem industrial sob os princípios e leis da economia de mercado (como divisão do trabalho, pa- dronização, etc.) (HORKHEIMER; ADORNO, 2002). A economia política da comunicação se tornou uma abordagem genérica do problema durante as teorias modernas das indústrias culturais (nascidas após 1970, principalmente dentro da escola francesa e parcialmente da britânica). A principal obra de Horkheimer e Adorno (Dialética do Esclarecimento) apresenta sua principal tese crítica sobre a perda, pela arte comercial, de seu caráter transcendental e sua subordinação à lógica do mercado. A tese se baseia na ideia de
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