Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Análise geracional e mudança social midiatizada 79 que os participantes do grupo focal compartilham histórias so- bre quão ignorantes eram seus pais e outros adultos na época da introdução da televisão na Suécia em meados dos anos 1950. Agora, uma análise geracional baseada em entrevistas pode somente atingir o ponto mais distante na história em que temos entrevistados vivos. Se formos utilizar a teoria geracio- nal para estudar perspectivas de tempo mais longo, precisamos de outros tipos de dados empíricos. Tais dados foram usados com êxito por historiadores da mídia como Elizabeth Eisenstein (1979) eWalter Ong (1982), onde o material de arquivo pode re - velar aspectos, discursos e modos de pensar comuns do passa- do. Embora não tenham focado gerações em si, eles estudaram a mudança social e tais dados podem também ser úteis no estudo do processo de midiatização. IV - Conclusões No texto acima, sugeri um modelo para analisar a mu- dança social midiatizada ao focar em coortes geracionais e sua trajetória pelo cenário social e midiático. Através das relações entre as gerações, o tempo é produzido e, assim, estas relações também produzemmudança social. Há uma grande necessidade de desenvolver ferramentas de pesquisa para captar o proces- so de midiatização tanto como processo social quanto histórico . Precisamos estudá-lo como processo social porque o modo pelo qual a mudança histórica ocorre envolverá a ação humana e de- penderá de como os indivíduos e as formações sociais percebem os cenários social e midiático. Precisamos focar na dimensão histórica porque precisa- mos definir em que nível (do indivíduo, grupo, sociedade) a mu- dança acontece e – acima de tudo – o caráter cultural específico da mudança. Só desta forma podemos estabelecer, empiricamente, os modos pelos quais a mídia contribui para a mudança social e histórica. Referências ALTHEIDE, David L.; SNOW, Robert P. Media Logic. Beverly Hills: Sage, 1979.

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