Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização
Göran Bolin 70 gem epistemológica que possa capturar as mudanças sociais de longo prazo. Esta abordagem é a análise geracional. Em terceiro lugar, darei alguns exemplos de análise geracional em cenários midiáticos. Muitos deles são retirados de meu estudo maior in- titulado Media Generations (BOLIN, 2016), mas, neste contexto específico, vou me deter sobre os aspectos temporais da análise da midiatização. II - Três abordagens para a teoria da midiatização Nesta seção, serão expostas três abordagens para a mi- diatização enquanto processo social. Todas elas têm suas vanta- gens e limitações, de modo que, neste sentido, nenhuma delas é qualitativamente superior às demais. Porém, uma vez que se baseiam em tradições ontológicas e epistemológicas diferentes, elas correspondem a conjuntos de perguntas diferentes. Exporei estas abordagens ao distinguir as maneiras pelas quais elas diferem no tocante a uma série de parâmetros. A primeira delas é a maneira pela qual elas teorizam a relação entre “os meios” e a cultura e a sociedade, e se há um relaciona- mento causal entre estas entidades ou não. A segunda se refere àquilo que elas querem dizer com o termo “mídias”, ou seja, se abordam os meios como tecnologias, organizações, estruturas sígnicas ou instituições. A terceira diz respeito à abordagem delas acerca da história e se elas abordam a história como um processo linear ou se outras perspectivas históricas são também incluídas. A exposição será, por necessidade, breve, e uma análi - se mais detalhada pode ser encontrada em Bolin (2014). A perspectiva mais comumente usada na pesquisa so- bre midiatização é a abordagem institucional , com proponentes como Stig Hjarvard (2013) ou Jesper Strömbäck (2008). Como o nome indica, esta perspectiva enfatiza os meios enquanto insti- tuições, e mais frequentemente o foco está nas mídias de massa tradicionais, impressa e televisão (e às vezes o rádio). Uma gran- de parte desta pesquisa toma como ponto de partida a perspec- tiva da lógica da mídia de Altheide e Snow (1979), embora sem seu foco mais sutil na dimensão textual, e uma parte igualmente grande foca na instituição do jornalismo em relação à política –
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