Redes, sociedade e pólis: recortes epistemológicos na midiatização

Midiatização, pólis e eventos de fronteira. Análise da noticiabilidade sobre o CUT BRA-PY-AR 197 midiatização da pólis . Penso, assim, ter apontado algumas das condições de pólis midiatizada do CUT BRA-PY-AR que concor - rem para que o tratamento noticioso da mídia profissional a configure em termos militarizados. A proposta de estabelecer uma crítica sobre a noticia- bilidade construída midiaticamente em torno das fronteiras in- ternacionais brasileiras deve promover o conhecimento sobre agendas locais de interesse nacional nos aspectos concernen- tes à identidade social com vistas ao combate a estereótipos e estigmatizações. Penso que ainda se deve buscar avaliar o ní- vel de autorreferencialidade da cobertura jornalística local em fronteiras internacionais com vistas a aquilatar a qualidade da comunicação de proximidade em favor do diálogo intercultural, promoção da paz e solidariedade entre os povos. Por fim, uma crítica responsável deve buscar superar o agendamento con- centrado apenas em dar visibilidade à criminalidade, corrobo- rante do autoritarismo social. Entendo que a relevância do tema decorre da impor- tância que as fronteiras detêm, o que requer ponderar acerca da unificação técnica e compartimentação política de territórios. A midiatização da pólis nas condições de atividade noticiosa entrincheirada em nacionalismos afasta populações amigas. Trata-se de uma concepção de pólis que ignora uma postulação de Dilla A. (2015), a de organizar a gestão cooperada dos espa- ços transfronteiriços. Assim, a condição do CUT BRA-PY-AR tem contra si experiências e bibliografia sobre fronteiras expressas em inglês e estudadas a partir da realidade social do Atlântico Norte, para a qual o muro entre Estados Unidos e México é o grande paradigma midiático. E, por fim, registro o alerta proveniente de uma pi - chação nos muros da aduana brasileira expressa nos três idiomas oficiais em Foz do Iguaçu: “Nascemos de muitas mães, mas aqui só tem irmãos”. Ela proporciona inquirir se o impacto da globalização na atividade noticiosa teria atin- gido nossas sociedades e a noticiabilidade vigente, ocupada da criminalização da vida transfronteiriça, já não a teria cap- turado, estabelecendo parâmetros militarizados de relações comunicativo-midiáticas.

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