Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões
Dialogando sobre saúde indígena Kaingang em tempos pandêmicos (Covid-19) 95 Caminhos para permanecer juntes É urgente pensarmos alter(n)ativas decoloniais para somar forças, juntas, juntos e juntes, na luta pelos direitos dos povos indígenas. Neste sentido, com nossa experiência na Por Fi Ga, propomos alguns caminhos que foram essenciais em nossa trajetória até aqui. É importante lembrarmos que as sugestões que trazemos não são as únicas existentes, pelo contrário, nos atrevemos a acreditar que elas possam representar o início para que os encontros interculturais aconteçam. Nessa perspectiva, existem dois pontos primordiais em nossa experiência que, aqui, gostaríamos de ressaltar: a coletividade e a magia que reside e se produz nos encontros com as presenças indígenas. São nos caminhos coletivos com as presenças indígenas que se constroem as múltiplas trajetórias possíveis. “Por que no momento em que a gente entrou, na quarentena, entrou mesmo, deu toda essa reviravolta, e a principal forma de subsistência aqui da Por Fi Ga é a comercialização do artesanato e aí daqui a pouco, o pessoal se pegar – que deu lockdown em São Leopoldo e em outras cidades – sem saber pra onde correr né, literalmente. Por que tu ia vender o artesanato aonde? pra quem? Trazer o sustento pra dentro de casa, pros filhos como, né? Então foi graças às doações, a empatia mesmo das pessoas assim, tanto mulheres, tanto as instituições, maravilhosas assim, eu não tenho palavras nem pra descrever, a única coisa que eu tenho é que agradecer mesmo, sabe?” (Sueli) É partindo do nosso lugar, de privilégios, em uma sociedade racista, hegemônica nos valores do homem branco que colonizou estas terras e que elimina a possibilidade de formas diferentes de vida que precisamos dar visibilidade à causa indígena, aproximando-nos, proporcionando espaço(s) à(s) voz(es) indígena(s), somando forças e tecendo redes afetivas com as presenças originárias. Nos espaços que circulamos, precisamos exigir respeito, dignidade e valorização das práticas e saberes ancestrais. No que se refere a realização de ações na comunidade Por Fi Ga, em São Leopoldo, Sueli nos lembra que
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