Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões
26 Entrevista Débora Noal das vivências e experiências de estágio. Fomos ampliando para participação de parceiros das ações do serviço, os usuários e colegas convidados e cada vez mais ficando contentes com a acolhida e o reconhecimento da publicação. Não se trata de uma revista indexada, mas é um caderno de textos de pequena circulação, mas com o desejo de ser fomento à escrita e registro dos diferentes protagonistas das ações em saúde e também como forma de articulação entre academia e rede. Assim, ficamos muito, mas muito contentes com tua disponibilidade. Neste volume nosso tema é a Pandemia e as ações e vivências neste cenário. Não serão somente textos, mas entrevistas, vídeos, poesias, depoimentos, entre outros. Será uma versão em ebook com bastante material. Assim esperamos! E tua participação, compartilhando tua experiência, será para nós uma satisfação imensa. Organizamos algumas questões, como combinado, para que possas gravar tuas considerações, mas fique à vontade para respondê- las como achar melhor, inclusive se quiseres incluir algumas coisas que não mencionamos e entendes importante mencionar. Comissão Cadernos do PAAS – Como contribuíram para o teu trabalho com a situação da Pandemia? Débora Noal – Desde que comecei a trabalhar com saúde pública, com políticas públicas de saúde, com estratégias para pessoas que vivem na periferia ou nos bairros mais periféricos da cidade. Principalmente com as que eu tenho vivido no Médico Sem Fronteiras, coma epidemia de ebola, nos conflitos armados oumesmo no terremoto do Haiti. Todas as vivências vêm trazendo fortes ensinamentos para trabalhar com a pandemia. Ou seja, como trabalhar com esses eventos extremos? Esse grande aprendizado que é trabalhar com que está trabalhando com seu limite, mas ao mesmo tempo, como articular o cuidado, as estratégias, por dentro das políticas públicas que são vigentes no país? Eu posso dizer que a experiência que mais se aproxima do que nós estamos vivendo hoje é o trabalho com as epidemias de ebola, no meu caso com a epidemia de ebola de 2012 na República Democrática do Congo. Isso me trouxe um grande aprendizado e em especial a utilização de técnicas que envolvessemo afeto, o ancoramento científico, mas que não possibilitam o toque, a proximidade física, proximidade corporal. Então, esse tipo de experiência certamente me trouxe muitas ferramentas, elementos que me ajudam hoje a olhar para esta pandemia
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