Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões

Alguém me passa o link? O PAAS agora é on-line 21 tendo a ética como elemento indispensável? Estamos, aos poucos, compreendendo os limites e potencialidades da prática on-line. As diversas discussões e estudos tornaram o “monitoramento” a palavra comum para nomear as atividades. Acompanhamos os participantes do serviço na produção do cuidado em saúde. As intervenções buscam ser ativas na instrumentalização e construção de redes de cuidado. São encontros semanais, quinzenais ou mensais, por meio de chamadas de vídeo com tempos e frequências diversas das presenciais. Contudo, estamos lá onde identificávamos que deveríamos e queríamos estar, aonde nos exige a necessidade do momento que vivemos, pensando nos usuários e também em nós mesmos como serviço escola, buscando realizar o trabalho em saúde. Foi preciso entender que a ideia não era transpor e reproduzir os atendimentos presenciais, através do atendimento on-line. A proposição era de acolher demandas de um cenário de Pandemia, de isolamento, assim como pensar os casos e situações de vida em sua singularidade. O que seria necessário para aquele participante, para aquela família, para aquele grupo, naquele momento, que, permeado por tantas incertezas, poderiam ter, inclusive, agravadas suas condições de saúde. Dessa forma, cada monitoramento tem sido planejado de acordo com a realidade que se apresenta, sem apriorismo, como sempre tentamos fazer, para que a relação de cuidado aconteça contando com o protagonismo do usuário e de sua condição de vida. Mesmo assim, há muito ainda para aprender e inventar diante dos novos e constantes desafios que se apresentam. Como assegurar sigilo e a privacidade na casa de alguém já que agora o trabalho não acontece no PAAS? Que mistura é essa entre ambiente doméstico e tratamento? É uma nova forma de presença nos territórios de vida das pessoas? Como assegurar que a pessoa esteja só, se necessário, quando inúmeras vezes o espaço é pequeno e compartilhado entre tantos? Ou como assegurar que, ao contrário, possamos falar commuitos aomesmo tempo quando temos somente um aparelho que conecta famílias e estagiários? Como impedir que alguém não grite que tal questão deve ser falada no encontro, quando o próprio usuário escolheu silenciar? Ou ainda, como acolher a ordem de que as pessoas saiam dos celulares, computadores no meio do encontro por que outros querem usar? Essas são algumas das situações que tem se apresentado e que nos colocam, a partir de uma realidade virtual, diante de um novo mundo real.

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