Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões
188 Entrevista com Emerson Merhy de novembro vai ter o Congresso Virtualizado da Rede Unida, que era pra ser um congresso presencial, a gente suspendeu, mas resolvemos fazê-lo virtual. E o grupo que eu trabalho a gente resolveu construir uma praça virtual chamada Praça Sinais que vêm da Rua. Vai ser um espaço aberto e transversalizado durante o congresso inteiro com mais de sessenta horas de atividade em que nós estamos chamando para dentro desse espaço da praça então ele vai ter duas dimensões. Ele vai ser aberto para várias pessoas que vão poder se apresentar na praça e vai ser transmitido pelo youtube para pessoas que vão poder se manifestar para o que está acontecendo na praça. E nós vamos botar na cena ummonte de gente que são tidos como deficientes de todos os tipos, e vamos abrir muita coisa nesse espaço, mas vem também um monte de artista de rua, vem também um monte de homem, mulher, preto, preta, vem também um monte de indígena, ou seja, nós vamos fazer, tentar fazer, um auê dentro desse espaço. O que que eu estou querendo colocar com esse exemplo? Nós estamos enfrentando o desafio de poder mostrar que é possível construir uma grupalidade, a produção de um coletivo mesmo numa tecnologia digital que aparentemente nos castraria. Que podemos produzir uma dobra sobre ela e fazer a produção de si, no nós, dentro desse lugar. Eu acho que a pandemia nos convida a exercícios desse tipo. Cadernos : Absolutamente inspirador e absolutamente generosa a tua participação conosco aqui. Não temos como retribuir agradecer e dizer da alegria de poder te ouvir, mesmo que, nos provoque angústia muitas vezes, pois além da possibilidade dos desafios e o reconhecimento da potência dessas transgressões necessárias no sentido de que a pandemia tem nos exigido, por outro lado acompanhar esse desalento com essa macro política que nos machuca e adoece. É sempre importante poder ouvir da aposta de pessoas como tu que vem ao longo do tempo construindo essas possibilidades de que essa revolução ainda é possível apostando na micropolítica, na possibilidade de uma mistura constante e a possibilidade de uma re-existência como tu diz nesses encontros na construção desses territórios de encontros. Merhy : Exato, né. O pessimismo na macropolítica não produz impotência, no nosso caso, produz potência micropolítica. Cadernos : Muito bem. Emerson, as nossas perguntas foram todas transbordantemente respondidas, para muito além do que a gente havia pensado e agradeço novamente a tua generosidade.
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