Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões
178 Entrevista com Emerson Merhy Latour 15 , além do pessoal da filosofia da diferença. Não vou reproduzir nada disso. Mas eu coloco ali no final da minha fala para uma plateia gigantesca que estava no congresso, participando da minha conferência, que eu achava que o movimento, o movimento da Saúde Coletiva Brasileira tinha feito um deslocamento do campo da Ciência Nômade para a Ciência de Estado. Usando muito bem aí, no meu ponto de vista, a oferta que Guattari e Deleuze fazem sobre esse debate entre ciência nômade e ciência de estado. Merhy : Eu tenho um capítulo de um livro discutindo isso com uma antropóloga chamada Fátima Lima publicado num livro chamado Avaliação Compartilhada de Saúde. O primeiro capítulo desse livro é um capítulo sobre Ciência Nômade e Ciência de Estado, que é um ebook publicado pela editora Rede Unida no volume 1 dele. Chama Rede de Avaliação Compartilhada. 16 É e aí eu tenho uma certa compreensão de que a saúde coletiva na sua emergênciatem todas as características de uma ciência nômade, né. Ela é desterritorializante, ela opera nos entres. Ela não tem normalização no ponto de vista de auto instituição predominante. Ela não constitui uma máquina de guerra vigilante. Ou seja, ela tem toda uma característica como ciência nômade e ela está aberta a toda uma novidade de produções de saberes, venha de onde vier. pela Universidad Nacional de Córdoba, Argentina (2019). Membro da Academia Brasileira de Ciências desde 2019. Coordenou o Projeto Pronex “Transformações indígenas: os regimes de subjetivação ameríndios à prova da história” (2004-2006). Foi coordenador do Núcleo de Transformações Indígenas, grupo baseado no Museu Nacional/UFRJ, e é co-coordenador da Rede Abaeté de Antropologia Simétrica (NAnSi), também baseada no Museu Nacional/UFRJ. (texto informado pelo autor para Plataforma Lattes/CNPq) 15 Bruno Latour nasceu na cidade francesa de Beaune, na Borgonha, em 1947. Formado em filosofia e antropologia, foi entre 1982 e 2006 professor do Centre de Sociologie de l’Innovation na École Nationale Supérieure des Mines em Paris, além de professor visitante na University of California San Diego, na London School of Economics e em Harvard. Hoje leciona na Sciences Po de Paris. Em 2013 recebeu o Holberg Prize por sua contribuição às ciências humanas. É autor dos livros Vida de laboratório (com Steve Woolgar, 1979), Ciência em ação (1987), Jamais fomos modernos (1991), Políticas da natureza (1999) e Diante de Gaia (2015), entre outros (https://www.editora34.com.br/areas.asp?autor=Latour,%20 Bruno, visitado em 6 nov. 2020). 16 Ebook disponível em https://editora.redeunida.org.br/project/politicas-e-cui dados-em-saude-livro-1-avaliacao-compartilhada-do-cuidado-em-saude-surpreen dendo-o-instituido-nas-redes/.
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