Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões
A pandemia, as medidas insanitárias e os desafios por um processo civilizatório da melhor humanidade possível 171 outros três países, então em termos absolutos não morreu tanta gente, mas em termos relativos no Chile e na Bélgica morreram muito mais gente do que já morreram nestes outros três. Mas quando a gente olha e pergunta o porquê a gente não adotou uma medida tão simples de se adotar como a medida da China? Uma medida que seria isolamento social um mês, um mês e meio, isso teria um altíssimo impacto e depois você poderia fazer mecanismos de controle. Você vê que hoje o número de casos, não de mortes, o número de casos na China é menos que a metade do número de mortos nos EUA e é 60% do número de mortos no Brasil, o número de casos na China. E aí a pergunta é: porque que estes países então resolveram tomar o que eu estaria chamando de medidas “insanitárias”? Qual é o movimento que faz, por exemplo um Presidente da República, que nem o nosso, dizer neste final de semana, diante de 130 mil mortos, que o Brasil é país que melhor combate a pandemia? O que faz esses governantes apostarem numa política que é uma política de um certo “laissez-faire”. Reafirmando uma certa construção que cada um é responsável por aquilo que faz, e diante disso vendendo uma imagem do que que é ser livre. Na medida que passam hoje a construir uma possibilidade metafórica e simbólica de que a liberdade e a vida, que só pertence a si mesmo, está diante dela a sua própria eleição de opção de morte e que o estado não nada o que ver com isso. Olha como eles chegam em uma franja que aparentemente parece ser libertária, aparentemente parece ser libertária, mas é uma franja que no seu limite está reafirmando uma certa construção do que é a individualidade, do que a liberdade e do que é uma certa produção simbólica de que não existe o coletivo. Que o coletivo é uma invenção discursiva do campo da esquerda. Tem uma sofisticação nesse processo que precisamos ficar atentos, do ponto de vista das medidas insanitárias. São insanitárias de um lado, mas são profundamente atuantes, ativas e proativas do ponto de vista de subjetivações na medida que produzem afetos em corpos, organizando estes corpos, diante de uma estratégia de sociabilidade, que é uma estratégia de sociabilidade da negação do social como existência real, porque a única existência real seriam os indivíduos isolados em si mesmos, e tomando as decisões por si do que se faz com sua vida e com sua morte. Isso, quando a gente olha um Presidente da República dizer que todo mundo morre e que é assim mesmo a vida, e, que não tem por que o Estado fazer uma interferência brutal desse jeito na vida das pessoas já que são as pessoas que tem de
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