Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões

Avaliação psicológica on-line em tempos de pandemia: um relato de experiência 133 depois de um tempo de investimento na busca de parcerias. Talvez essa resistência possa ser associada ao novo cenário da atividade, além das exigências comuns de uma ação que propõe uma visibilidade e um protagonismo que nem sempre é estimulado pela formação. Ou, ainda, pode ir ao encontro de uma característica muitas vezes presente no campo da psicologia como um paradoxo: a crítica desqualificadora e pouco acolhedora do outro. Então, o trabalho da turma foi dividido em duas equipes. Duas alunas ficaram responsáveis pelo atendimento, com a responsabilidade de ficar com câmera e microfone abertos, sendo uma encarregada pela condução da entrevista com a avalianda, bem como pela observação dos gestos, emoções, movimentos, aparência e ambiente, e a outra responsável por anotar as informações mais relevantes. O outro grupo permanecia de câmeras e microfones fechados, e passava instruções via aplicativo de mensagens instantâneas do grupo, com informações que queriam que fossem exploradas, ou com sugestões. A professora também se manteria de câmera e microfone fechados, porém, sempre que sua presença era solicitada ou que achava pertinente acrescentar algum comentário, inseria sua participação. Assim, os procedimentos realizados foram: Leitura das peças processuais encaminhadas pela Advogada; Entrevista com a avaliada; Entrevista com a mãe da avaliada; Observação da interação mãe-filha (avalianda e filha); Entrevista devolutiva para a advogada e para a avaliada. Em cada etapa desses processos, foram coletadas informações importantes para a elaboração do laudo psicológico. O desafio se instalava diante da entrevistada que nos retornava com respostas muito curtas, o que dificultou um pouco o processo, mas todas as perguntas necessárias foram realizadas. Após, a examinada saiu da sala e o feedback foi positivo na supervisão. Esse espaço foi de extrema importância para fixar os aprendizados e expor os pontos de vista de cada aluno, para aprender a lidar com as emoções e reações diante do vivenciado. Foi válido compartilhar as percepções subjetivas e que atingiam cada aluno de uma forma diferente. Yates (2016) traduz esse momento: O ensino e a supervisão em psicodiagnóstico têm algumas especificidades em relação a outros campos da psicologia. O supervisor precisa acompanhar a maior parte do trabalho dos supervisionandos, especialmente os iniciantes, além de ouvir cuidadosamente seus relatos, apontando pontos positivos e sugerindo mudanças em sua prática. (2016, p.195).

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