Retratos da pandemia: conexões - desconexões & reconexões

Avaliação psicológica on-line em tempos de pandemia: um relato de experiência 129 Psicologia Jurídica, termo este que de ampla abrangência, pois se expande para além dos tribunais. Essa última, segundo Leal “corresponde a toda aplicação do saber psicológico às questões relacionadas ao saber do Direito” (2008, p.180). No Brasil, em meados dos anos 80, a principal atividade do Psicólogo Jurídico era atuar como orientador em conjunto com o Juizado de Menores, nos casos de adoção, abandono ou maus-tratos (PINHEIRO, 2017). Contudo, um maior espaço foi sendo conquistado pelos profissionais da Psicologia, que passaram a utilizar instrumentos de suma importância e que só podem ser manuseados por estes especialistas, conforme regulamento da profissão, sob a Lei nº 4.119 de 1962. A atuação desses profissionais acontece de forma respeitosa e ética, pois conseguem solucionar a ação judicial e ao mesmo tempo amparar o sujeito em sua realidade, fazendo uso de ferramentas que embasam o estado psicológico atual desse. (ROVINSKI; CRUZ, 2009). Nas ações que tramitam nas Varas de Família, a adoção de um tipo de guarda parental se faz necessária. Independente da opção de guarda, este acontecimento marca a vida de qualquer sujeito, pois causa muita dor, angústia e sofrimento. Nesse sentido, é importante ressaltar que existem dois tipos de guarda: guarda unilateral, em que o(s) filho(s) ficam sob a tutela de um único responsável, e guarda compartilhada, que tem como principal foco responsabilizar, de forma conjunta, ambos os genitores pelos cuidados com os filhos. (NEVES, 2020). No entanto, diante dessas duas modalidades, o que mais importa é o bem-estar e os interesses dos envolvidos, principalmente dos filhos (as). O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura no Art. 19: “É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral” (BRASIL, 2016, p.14). Assim, o psicólogo precisa levar em conta o ambiente em que o avaliando está inserido, assim como, sua história de vida, e suas condições sociais, integradas com as informações coletadas nas técnicas utilizadas. (ROVINSKI; LAGO, 2016). Portanto, uma das técnicas utilizadas no âmbito jurídico é a avaliação psicológica, que consiste em “um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupo de pessoas que requer metodologias específicas de acordo com cada área de conhecimento” (BORSA; MUNIZ, 2016, p. 238).

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