Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!

Franciele Peloso, Luana Kehl, Martha Wallig Brusius Ludwig e Maria Lúcia Lopes 87 chegou ao atendimento com sobrepeso e com objetivo principal de perder peso. Tinha 65 anos, era viúva e tinha um filho com quem tem uma boa relação. Considerava ter boas amigas e boas vizinhas com as quais podia contar sempre que necessitava. Mostrava-se independente, tinha gosto por cozinhar e amava comer (crenças 5 sobre comer é saudável, estar vivo , comer é estar junto de família/amigos e comer é celebrar a vida ). Apresentava uma paralisia em um dos lados do corpo, o que não a impedia de realizar as atividades da sua vida. Seu maior medo era precisar de cadeira de rodas. Quando era mais jovem seu médico disse que se ela engordasse muito isto poderia acontecer, por isso o seu medo e vontade de cuidar da alimentação e do peso. Este processo era difícil, mesmo com acompanhamento conjunto nutricional e psicológico. Usava medicações para hipotireoidismo, hipertensão, reumatis- mo e hipercolesterolemia. Ao longo dos atendimentos, após seus exames de rotina, foi identificada uma pré-diabetes. No primeiro atendimento com a dupla de estagiárias autoras deste texto, a paciente foi escutada e foram estabelecidas as metas e/ou os com- portamentos que almejava mudar (caso o paciente já tivesse consciência do que precisava mudar). Neste caso, Mariana já tinha esta clareza, pois vinha sendo acompanhada na ação do atendimento em conjunto há alguns semes- tres. Na TCC trabalha-se com metas que normalmente são estabelecidas no final da primeira sessão e dão o norte para as sessões posteriores. Desta for- ma, existem alvos específicos e mensuráveis que devem ser revisados e revi- sitados durante todo o curso do tratamento. (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008). Segundo o Guia Alimentar para a população Brasileira, o aumento da autonomia nas escolhas alimentares faz com que o indivíduo se torne agente produtor de sua saúde, desenvolvendo a capacidade de autocuidado com a alimentação e com fatores do ambiente que determinam sua saúde. Sendo assim foi utilizada a prática de Educação Alimentar e Nutricional (EAN), proporcionando conhecimentos para que ela identificasse o seu contexto de vida e adotasse mudanças comportamentais que contribuíssem para a sua saúde. A partir disso, ao longo do tratamento se estabelecem novas metas juntamente com a paciente, que vai trazendo sobre as suas modificações de comportamentos, seus progressos, suas dificuldades con- forme quadro abaixo. 5 Crenças são para a TCC a forma mais duradoura de cognição que começam a tomar forma durante a infância e experiências de vida podendo ser funcionais/adaptativas e disfuncionais (prejuízos no funcionamento) (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz