Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!
Franciele Peloso, Luana Kehl, Martha Wallig Brusius Ludwig e Maria Lúcia Lopes 85 O modelo transteórico Prochaska e Diclemente (1982) contribui para ação quando traz que existem três tipos de mudança, quais sejam 1) cessa- ção: busca-se extinguir/cessar o comportamento problema; 2) modificação: busca-se modificar hábitos (ex: alimentação) e 3) iniciação: busca-se acrescen- tar um novo comportamento ao repertório (ex: exercício físico). (LUDWIG, 2017). O MTMC propõe os estágios de mudança do comportamento que visa iden- tificar o quanto a pessoa está pronta para mudar seus hábitos. Os estágios são: Pré-contemplação (o indivíduo não reconhece o comportamento pro- blema e não busca mudá-lo), Contemplação (o indivíduo começa a notar o comportamento problema, entretanto, não tem um prazo estabelecido para a mudança), Preparação (prazo estabelecido para a mudança de comporta- mento adota um plano e mostra-se comprometido), Ação (o indivíduo mo- difica seu comportamento a partir das suas ações e percebe os benefícios) e Manutenção (indivíduo muda seus comportamentos e mantém esses hábitos mais saudáveis por mais de seis meses). (PROCHASKA; DICLEMENTE, 1982; TORAL; SLATER, 2007). Já a EM é uma forma de aconselhamento direcionada e focada que visa evocar a motivação do paciente, ajudá-lo a avaliar e resolver a ambiva- lência desejo x desinteresse e assim, consequentemente, facilitar a mudança de comportamento. (ROLLNICK; MILLER; BUTLER, 2009). Na EM o te- rapeuta utiliza muito da expressão da empatia, evita uma postura mais con- frontativa com o paciente, e estabelece um relacionamento colaborativo, con- siderando e respeitando o sentimento de ambivalência do paciente. (FIGLIE; GUIMARÃES, 2014). A EM só é indicada quando o paciente está menos pronto para a mudança, caso já esteja motivado deve-se optar pela abor- dagem cognitivo-comportamental. (ARAUJO; GONÇALVES; CASTRO, 2013), que estará mais focada na resolução do problema, ou seja, em como fazer a mudança. OMTMC, TCC e EM se complementam, pois ao passo que o MTMC oferece uma estrutura para compreender como a mudança ocorre, a EM pro- põe uma forma de aconselhamento que auxilia no progresso entre os estágios e a TCC foca nas ações de modificação comportamental e cognitiva. Por exemplo, uma pessoa que está no estágio de contemplação pode se benefi- ciar da balança decisional, que consiste em o paciente elencar as vantagens e desvantagens de manter ou não o seu comportamento. (KNAPP, 2004), e a EM neste caso pode entrar com as perguntas abertas, afirmações, resumos e/ou reflexões, consideradas estratégias iniciais de uma conversa sobre mu- dança (FIGLIE; GUIMARÃES, 2014) para trabalhar a balança. Ao longo do processo as afirmações propostas pela EM (uma forma de reforçar compor- tamentos) vão fazendo com que o paciente continue motivado e mantenha as
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