Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!
Juliana Schmitt, William Jacobsen da Rocha e Daniele Santetti 55 apresentadas pelos adolescentes e do cronograma sugerido pelos coordena- dores do grupo (estagiários de nutrição e psicologia), visando não somente o rendimento dos treinos e competições, mas também os relacionamentos com os familiares, professores, treinadores e amigos. Algo interessante a ser destacado, foi um pedido dos atletas para construir planos de vida através do Jogo da Vida, ou seja, alternativas pós canoagem. Transparecendo a im- portância do grupo para os atletas, onde o foco nas competições, problemas psicológicos ou nutricionais não se fazem únicos nos encontros. O espaço do grupo acaba por ser um lugar de acolhimento e confiança para falar sobre tudo, inclusive medos e angústias de uma vida adulta, muitas vezes marcada por inúmeras dificuldades e incertezas. Uma das atividades observadas pelos coordenadores foi a escrita de uma carta para si, com expectativas e metas para o período acompanhado. Alguns atletas mencionaram problemas fora do âmbito de treinos e compe- tições que tinham grande influência nas ações que tomavam, sendo na ali- mentação ou relações pessoais, assim como falta de credibilidade e pressão que eles mesmos aplicavam. A intervenção se deu de forma interdisciplinar, buscando evocar nos atletas aquilo que já havia sido trabalhado, com os que estão a mais tempo no grupo, e ensinar alternativas para melhor lidar com esses tipos de situações, identificando problemas e gatilhos para certas ações que julgavam prejudiciais, tanto para alimentação e treino, quanto para rela- ções pessoais. O modelo de competências alimentares foi também apresen- tado aos atletas para retirar os rótulos que são inseridos, majoritariamente de forma cultural, nos alimentos, ditos com bons ou ruins, ou que fazem mal, e que é aceitável a ingestão de certos tipos de alimentos quando não se está em um dia bom, ou reunidos com amigos, priorizando a qualidade de vida e a comensalidade. Evitando, assim, possíveis transtornos ou sentimento de medo de aproveitar momentos importantes por achar que a alimentação fora da linearidade imposta irá prejudicar o rendimento do atleta. Em suma, o enfoque da Nutrição Comportamental defende o equilíbrio na alimentação saudável sem abrir mão do prazer ao comer. Conclusão Concluímos que ao observar as informações de registros do grupo, bem como experiências vivenciadas com os atletas, a importância do esporte como transformador na vida de crianças e adolescentes em situação de vul- nerabilidade e do atendimento interdisciplinar realizado pelos estagiários do curso de nutrição e psicologia contribui significativamente na mudança de comportamento, amadurecimento, disciplina e cumprimento das responsa- bilidades. Os treinos e estudos passaram a ser mais efetivos, as relações pes-
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