Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!

48 A experiência de psicoterapia com adolescente em situação de acolhimento institucional próprios condicionamentos e permitir que corram na fluidez dos devires, das diversas possibilidades, como oportunidades de empoderamento, de agarra- rem-se aos seus desejos e se constituírem como cidadãos ativos, donos de suas trajetórias. Este, então, é o desafio. Num embate estético do fazer psicoterapia, percebemos um novo desafio às vésperas de concluir o estágio, paralelamente, um dos adolescentes acompanhados também está num processo de construção de novos cami- nhos a se seguir considerando seus 16 anos de idade. O processo psicotera- pêutico que buscamos constituir ao longo dos encontros precisa tomar uma outra forma, agora norteada com o que chamamos de Acompanhamento Terapêutico (AT). Afinal, continuamos seguindo uma lógica ética, mesmo que numa estética outra. O AT, como chamado na sua forma reduzida, pode ser entendi- do como um tipo de atendimento marcado pelo fora , reforçando a cidade como território de direito. É entendido como uma atividade da clínica em movimento por constituir uma relação acompanhado-acompanhante em sintonia com o projeto terapêutico singular do sujeito em questão. (PITIÁ; FUREGATO, 2009). O AT produz, no encontro com o outro, uma nova cidade diferente da nossa. É necessário deixar para trás a segurança aparen- te de nosso território conhecido para desbravar novos terrenos. Conforme Palombini et al . (2008, p. 113): Nessa outra cidade que se ergue, tudo se altera: deparamo-nos com novos fragmentos, traços nunca antes percebidos, coloridos outros, beleza, feiúra etc. Nela desempenhamos inusitados papéis. Aventuramo-nos na desconstrução do que pensávamos possuir, aco- lhendo, assim, a presença do novo. Porém, tencionar o adolescente para fora da instituição de acolhimen- to significa falar de um cenário de vulnerabilidade social, onde a lógica que reina é aquela que inscreve sujeito no mundo social conforme os números da carteira de trabalho. Ainda assim, abre-se espaço para que acompanhado construa um caminho de independência, futuramente correlata da sua maio- ridade e desvinculação de uma instituição para crianças e adolescentes. E, enquanto estagiárias de psicologia, apresenta-nos outros settings possíveis de se ocupar e se descobrir psicoterapeutas. REFERÊNCIAS ALBERTO, Maria de Fátima Pereira et al . Opapel do psicólogo e das entidades junto a crianças e adolescentes em situação de risco. Psicologia Ciência e Profissão , Brasília, DF, v. 28, n. 3, p. 558-573, 2008.

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