Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!

Rayra R. Rodrigues, Mariana C. Schneider, Allana G. Mello da Silva, Lígia H. Ferreira e Rosana C. de Castro 35 de atendimento aos adolescentes. Assim, houve a ampliação do trabalho rea- lizado pela equipe e o implemento de estudos e ações diretamente com a rede intersetorial 10 de atenção de adolescentes de São Leopoldo. No funcio- namento interno do serviço, investimos na maior oferta de grupos psicotera- pêuticos e de apoio aos adolescentes e pré adolescentes, cujos bons efeitos já vínhamos observando. Criamos também ações de extensão para formação e construção de estratégias de intervenção na rede de atenção aos adolescentes para trabalhadores da rede intersetorial de São Leopoldo, caracterizando-se por momentos de estudo para melhor compreender os sofrimentos atuais dos jovens de nosso país, assim como efetuamos assessorias no campo da educação. Para trabalhar aspectos que consideramos relevantes de uma dessas assessorias dedicamos o presente trabalho. As adolescências e o serviço escola: cartografando possíveis. Atendemos o telefone. O pedido que é feito não é formulado de ma- neira muito clara, mas é para a psicologia . Um pedido para que a psicologia possa fazer algo . É sobre uma escola, é sobre um suicídio, é sobre um aluno do se- gundo ano do Ensino Médio que se suicidou. É sobre não saber muito bem o que fazer, é sobre se indagar o que essa situação, o que essa atitude revela. É sobre poder ajudar a pedagoga da Escola que foi quem enviou o pedido para a UNISINOS, que o encaminhou ao Curso de Psicologia, que o derivou ao PAAS, entendendo que haveria um pedido de ajuda para uma temática com a qual o PAAS vinha trabalhando e estudando: a adolescência. Foi neste momento e dessa forma, que recebemos, de uma escola pú- blica, o pedido de parceria, no sentido de poder olhar para essa adolescência e para a própria instituição, numa tentativa de entender o sofrimento que esses adolescentes estavam vivenciando, tendo como gatilho o suicídio de um de seus alunos. E foi neste contexto que nos debruçamos para pensar, conhecer e poder dar visibilidade para essa adolescência em mais uma forma de sua existência e expressão: o coletivo de uma escola. Tratou-se de um trabalho de assessoria à escola, construído coletivamente com os servidores que lá traba- lhavam e se implicavam não só com o acontecimento do suicídio em si, mas também com o recorrente sofrimento percebido no cotidiano com os alunos. A assessoria realizada pelo PAAS, denominada “Chega aí: um olhar para a escola e a adolescência na contemporaneidade” , que emerge da demanda da institui- ção, iniciou seus primeiros passos realizando uma série de rodas de conversas com os adolescentes, pais e professores e técnicos da saúde e administrativos da instituição. O trabalho foi constituído com a escuta desses servidores, pais 10 Saúde, Educação, Assistência Social pública e terceiro setor.

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