Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!

18 Seminário de Estudos “Adolescência: leituras e estratégias de intervenções em rede” potentes que aproximaram o grupo das dificuldades reais dos serviços envol- vidos, tendo os conceitos trabalhados contribuído para um olhar mais cuida- doso das situações atendidas e para a construção do manejo dessas situações. Os encontros também viabilizaram a aproximação entre os trabalhadores participantes, potencializando laços que permitiram parcerias para o cuidado compartilhado. Proporcionaram, além disso, um espaço de aprendizado em relação às discussões de casos, viabilizando a identificação de limitações, tan- to dos profissionais, quanto dos serviços para o cuidado em rede. Trabalhamos, dessa forma, com o entendimento de que as demandas que se colocam à rede intersetorial dão relevo à ideia de que não temos so- luções prontas a priori para todas as questões que se colocam a cada tempo, para cada equipe. A atenção ao adolescente caracteriza-se, assim, por um fa- zer particular que exige dos trabalhadores, na relação com cada usuário, uma certa sensibilidade e abertura para acolher e construir um saber-fazer único, singular a cada encontro. Desta forma, propusemos uma metodologia que permitisse tanto à coordenação do projeto, quanto aos profissionais da rede criarem um percurso a partir de pistas, estratégias e práticas que disparassem efeitos nas relações entre as pessoas, nos territórios, nos materiais de trabalho e nas instituições. O caminho que se fez ao caminhar Procuramos acompanhar o andamento do grupo cartografando as afecções que se produziam entre os profissionais, no trabalho de cada um, na relação com os usuários e com realidade das equipes e de seus territórios para, a partir destas problemáticas, constituirmos nosso percurso de estudo e discussão. Buscamos construir o caminho na medida que íamos nos en- contrando, sempre procurando transformar a experiência em conhecimento, valorizando nosso processo de formação-intervenção. (PASSOS; BARROS, 2010 apud BRASIL, 2010, v. 1). Nossa intenção não era apenas de transmitir conhecimentos, queríamos conceitualizar a experiência que vínhamos tendo, emprestando conceitos que ajudassem a pensar as práticas. Neste contexto, conforme afirma Kastrup (2010), a atenção dos trabalhadores tinha por fun- ção detectar e apreender materiais, cenas e discursos aparentemente desco- nexos, mas que indicassem um processo em curso, tornando-o cada vez mais concreto na relação com alguma solução ou resposta a algum problema. Nesta perspectiva, procuramos oferecer e compartilhar um certo co- nhecimento, fruto de nossa experiência, com a intenção de ampliar e ope- rar como dispositivo para aprendizagem e construção coletiva. Para tanto, propusemos que esta formação fosse transversalizada por vivências de gru- palidade, em que o grupo de trabalho pudesse habitar as contradições das

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