Saúde e cuidado no serviço escola: adolescência presente!

Allana Gessiele Mello da Silva, Cristina Lima da Rocha Cannas e Lígia Hecker Ferreira 17 Assistência Social – CREAS, Secretaria de Desenvolvimento Social, Conselho Tutelar, Centro de Atenção Psicossocial – CAPSij Aquarela, Centro de Atenção Psicossocial – CAPSAd, Acolhimentos Institucionais, Secretaria da Educação, Serviços da Unisinos/CCIAS, Educas, Núcleo de Apoio aos Processos de Inclusão – NAPPI, Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF, Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva – NUMESC, Ambulatório de Saúde Mental e Atenção Básica. Destes, 13 trabalhadores tiveram a frequência necessária para obter certificação, e outras pessoas se mantiveram ao longo do seminário, mas com número maior de faltas, o que impossibilitou a certificação. Este dado nos deu a perceber o tamanho do desafio que se coloca para a viabiliza- ção de estratégias coletivas de formação e pensamento para os trabalhadores que atuam no atendimento direto à população. Os conteúdos propostos no seminário foram levantados conjunta- mente a partir das demandas dos serviços e dos próprios participantes, o que em certa medida propiciou algum protagonismo na produção de conheci- mento. Para tanto, inicialmente, propusemos uma aproximação com a temáti- ca através de um revisitar das próprias adolescências de cada participante. Tal metodologia pretendeu acessar a experiência, por vezes esquecida , que incide no trabalho com a população adolescente. A proposta não era apenas de transmitir conhecimentos e informar sobre a adolescência e suas conflitivas, mas de ativar vivencialmente, em cada trabalhador, a partir das lembranças de sua adolescência e de suas experiências atuais, proposições possíveis a essas problematizações. Esta estratégia baseou-se nas leituras de Corso, D. e Corso, M. (2017, p.10), que afirmam que a forma como os adultos vêem e lidam com a adolescência constrói-se na dependência de como eles próprios vive- ram a sua: “[...] se fizermos as pazes com a forma como nossa adolescência transcorreu talvez seja mais fácil suportar ver filhos, alunos, pacientes lidando a seu modo com a forma atual de ser jovem”. Partimos da proposta de um reencontro com a adolescência dos participantes, entendendo que o trabalho com este público se torna tão desafiador justamente por nos colocar em rela- ção com nossos próprios fantasmas adolescentes. No decorrer do processo, fomos avaliando que a possibilidade de estarmos em um grupo tão diverso e representativo, dispondo de um espa- ço-tempo comum, constituiu-se como uma oportunidade valiosa de respiro no ‘dia a dia’ de trabalho, que cada vez mais se apresentava com demandas infinitas e de alta complexidade, as quais se acumulavam dificultando as pau- sas para o pensar e o fazer reflexivo. Essa rotina extenuante de trabalho, por vezes, faz com que trabalhadores duvidem de suas próprias capacidades enquanto profissionais. Ao longo dos encontros ocorreram discussões muito

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