Redes: construções coletivas com um serviço escola

Rosana Cecchini de Castro, Luise Peter e Nelson Eduardo E. Rivero 95 DERIVAS – CONSIDERAÇÕES FINAIS. Desde diversos pontos de afirmação, o investimento na for - mação dos profissionais de saúde na direção das políticas de saúde, aqui especialmente retratada pelo ensino em serviço, é sem dúvida uma proposta sólida e consistente na produção de um novo modo de fazer e uma nova realidade na implantação e execução do Sistema Único de Saúde. Mas como aqui rapidamente se tentou retratar, é um campo complexo que se apresenta como um processo de produção. Ou seja, mesmo que se tenha conseguido articular diferentes políticas e suas le- gislações e constituir possibilidades de inserção e articulação, o ensino em serviço continua sendo um processo que se constrói à medida que se vive. Talvez esta característica seja seu grande mérito e, ao mesmo tempo, seu grande desafio. Não significa que não foram muitos os esforços, por exemplo, em São Leopoldo, de planejar coletivamente os modos de realizar o ensino em serviço entre Rede de Saúde e Instituição de formação. Reuniões, projetos, pilotos, pactuações, combinações e mais reuniões. Não há como deixar de considerar o suor e o esforço na cria- ção de condições e no planejamento das ações conjuntas, para que tivéssemos o máximo de êxito. Mas, mesmo assim, como já mencio- nado anteriormente, determinados trabalhos têm como fundamental característica ser uma prática viva em ato. Portanto, mesmo frente à importância e imprescindibilidade dos planos e pactos, é no cotidiano dos encontros que se tem afirmado a proposta de fazer da experiência de São Leopoldo uma experiência criativa e legítima de formação em serviço. Este pequeno texto – ele próprio testemunha de que é possível construir coletivamente entre diferentes instituições - procurou desta- car nas linhas que intercalam legislações, conceitos, histórias, experiên- cias, corpos e afetos que há um esforço necessário, uma implicação po- lítica para fazer com que a formação interprofissional, implicada, inter e transdisciplinar aconteça. Não basta o conceito, não bastam somente as intenções, há de se colocar em movimento; há de se aquecer as re- lações, há de se dar ao cotidiano a importância na tessitura do real. Na medida em que o caminho vai sendo construído, com suas deficiências e sucessos, percebemos claramente que este é um processo de humani-

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