Redes: construções coletivas com um serviço escola

Escuta de mulheres no Fórum: desafios e potencialidades 50 em situação de violência. Essa prática revelou um cenário que exige uma reflexão permanente da equipe envolvida, sem contar a necessida - de de um contínuo aquecimento dessa rede, ou seja, reflexões e ações que mantenham vivo e integrado o trabalho conjunto. Nesse sentido, acreditamos que o trabalho acima descrito pode colaborar com o “fa- zer rede”, ou seja, reforçar e fortalecer o fio invisível que une a todos que buscam a prevenção, o combate, a assistência, a saúde, o cuidado, enfim, o acesso e a garantia de direitos a essas mulheres em situação de violência. Sabemos que ainda há um grande caminho a ser percorrido, de construção de um conhecimento teórico/prático que possa sustentar cada vez mais esse fazer. No entanto, o trabalho em ato e o reconhe - cimento das dificuldades, frustrações, atravessamentos e possibilidades que o trabalho com este grupo vem nos proporcionando faz-nos pen - sar que, quando existe uma disponibilidade para um trabalho conjunto, que promova um setting humano (WINNICOTT, 1965), os resultados são visíveis e consistentes. Acreditamos que a ação realizada no Fórum, ora descrita den - tro de suas limitações e possibilidades, tem muito a oferecer à popu- lação que dela necessita. Este caminho, recém-aberto, é uma possi- bilidade que vislumbramos, em meio a tantas outras que existem e que ainda podem surgir. Acolher, neste sentido, é oportunizar que movimentos de saúde surjam, seja pela busca de auxílio para lidar com suas difíceis vivências, seja pela autonomia de mudar suas con- dições de vida. Consideramos que cada encontro realizado no Fórum permitiu o reconhecimento da situação de violência a partir de novas perspec- tivas, através de um repensar de suas histórias por meio da escuta da história do outro. Além disso, fortaleceu a compreensão dos direitos e deveres e de um maior conhecimento da rede de assistência, nesse contexto de violência. O que identificamos na prática foi a possibili - dade de um gerenciamento de suas vidas de forma mais autônoma, reconhecendo seus desejos e realidades. O fazer, nesta ação, portanto, buscou possibilitar que as mulheres escutadas pudessem descobrir ou encontrar o seu valor, asseguradas de suas capacidades. Por fim, nessa escrita realizada por tantas mãos, que teve o pro - pósito inicial de apresentar o trabalho realizado, reforçamos a impor -

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