Redes: construções coletivas com um serviço escola
Escuta de mulheres no Fórum: desafios e potencialidades 48 panhamento psicossocial e jurídico às mulheres, mulheres transexuais e travestis, em situação de violência de gênero, na perspectiva de prevenir futuros atos de agressão e de promover a interrupção do ciclo de vio- lência. Além disso, possibilitar que essas mulheres se tornem protago- nistas de seus próprios direitos, ampliando seu nível de entendimento sobre as relações de gênero. A partir do terceiro trimestre de 2017 , a parceria com o Cen- tro Jacobina se estreitou. Antes, tínhamos contato com essa equipe somente através dos encaminhamentos e, a partir da data acima re- ferida, passamos a trabalhar de forma conjunta, na Sala de Espera do Fórum. As estagiárias de Psicologia e Direito do Centro Jacobina passaram a compor a equipe da Sala de Espera, juntamente com as estagiárias do PAAS. Entendemos que essa aproximação potencia- lizou a nossa comunicação e tem contribuído no fortalecimento da Rede de Enfrentamento à Violência. Desde então, encontramo-nos periodicamente para planejar e avaliar o trabalho de cada semestre, com momentos de supervisão coletiva, em que participam estagiários e técnicos, tanto do Centro Jacobina como do PAAS, o que tem qua- lificado a ação. LIMITES E POSSIBILIDADES EM UMA ÚNICA INTERVENÇÃO GRUPAL Cada semana o encontro é realizado com um grupo diferente de mulheres, a partir das intimações realizadas para aquele dia. Neste contexto, um dos movimentos realizados pelo grupo de supervisão do primeiro semestre do ano de 2018, que debateu quinzenalmente sobre a ação, foi problematizar, assim como perceber o que é possível fazer em um único encontro grupal de aproximadamente três horas. Considerando as ideias de Barros (2007), ao pensarmos na gru- palidade que se estabelece entre as mulheres, podemos considerar que um encontro é bastante potente, na medida em que “a profundidade não é a da interioridade do indivíduo, aquela inacessível em uma pri- meira olhada ou reservada aos espaços privados de contato. Na pro- fundidade o que há são corpos que querem exercer suas potências” (BARROS, 2007, p. 296). No profundo está o corpo e, na superfície, todo o resto.
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