Redes: construções coletivas com um serviço escola

Aline Muniz e Carlos Eduardo Mello 25 vamente comprometido com questões políticas e sociais e, também, provocar uma prática de cuidado em construção, uma práxis em devir. Tendo como norte um fazer psicológico interdisciplinar impli - cado com o social e com os atores que compõem esses cenários em que estamos inseridos, o contato com os usuários se estabelece de diversas formas. Adentramos suas casas, conhecemos as famílias e, visita após visita, vamos efetivamente conhecendo a realidade de cada usuário e, as- sim, vamos tecendo (equipe/usuário) uma rede de apoio e cuidado. O caminhar pelo território é fundamental no sentido de nos auxiliar a com- preender as necessidades das comunidades. Espaços de lazer, escolas, os centros religiosos e as violências das mais diversas naturezas a que estão expostos, sejam elas das mais diversas naturezas, são os elementos que compõem a paisagem e contam a história dos sujeitos que ali vivem. Ocupar esses espaços é permitir-se ser afetado e encontrar-se com as necessidades dos sujeitos. Nesse sentido, faremos um breve relato dos casos que acompanhamos durante o período em que estive- mos nos territórios supracitados. Na UBS Padre Orestes acompanhamos (microequipe psicolo- gia, enfermagem e nutrição) o caso da usuária I, uma mulher de 84 anos que, embora morasse na casa ao lado de sua filha (principal cui - dadora), vivia sozinha e, dentro de suas possibilidades, realizava todos os afazeres domésticos. Suas principais demandas giravam em torno da diabetes e da falta de mobilidade advindas de problemas na colu- na. O acompanhamento possibilitou que conhecêssemos a realidade da paciente e, a partir disso, desenvolvemos um plano que atendesse às suas necessidades. Em todas as visitas eram realizadas a verifica - ção da pressão, batimentos cardíacos, manobras fisioterápicas, além de proporcionarmos um espaço de fala e escuta. A arte foi utilizada em diversos momentos nesse processo como um dispositivo terapêutico. A pedido da própria paciente, no seu PTS, indicamos a continuidade do acompanhamento por uma nova equipe e que ela participasse do grupo de convivência no PAAS. A primeira família acompanhada na EFS Cohab Duque de Caxias foi realizada na casa da senhora que tinha a demanda da nu - trição, conforme Joice. Assim que chegamos ao portão da casa, a família já nos aguardava e foi possível perceber a relação bastante próxima da agente comunitária de saúde com eles. Conhecemos a

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz