Redes: construções coletivas com um serviço escola

Giovana Simões Pires de Oliveira e Mariana Cunha Schneider 17 de, de criação e compartilhamento de um comum e de um compromis- so ético tanto com os usuários quanto com os trabalhadores dessa rede (MACHADO, LAVRADOR, 2013). O aprendizado durante essa prática se deu ainda mais por es - tarmos atuando em um trabalho que se fez no território. A noção de território utilizada aqui não se limita aos aspectos geográficos isolados de um determinado local, isto é, político, cultural ou econômico. Há que se pensar em território por uma perspectiva que integre todas as di- mensões anteriores para o entendermos como sendo fruto de relações complexas entre os processos sociais e o espaço físico. A partir desse entendimento, consideramos o território como movimento, como flui - dez (PEREIRA; BARCELOS, 2006). Trabalhando com esse conceito, inserimo-nos na Comunidade Padre Orestes de modo a cartografar de que forma o território atravessava a vida da população atendida na Uni- dade Básica de Saúde e como poderíamos, enquanto trabalhadoras in- seridas no serviço, fortalecer os vínculos entre a população e a unidade. Além disso, como profissionais em formação, queremos desta - car a importância de vivenciarmos uma prática que transborde os mu- ros da academia, encontrando-nos verdadeiramente com os sujeitos e a realidade que tanto estudamos. Aqui, pensamos na formação em saúde que rompe com modelos que abarquem unicamente visões positivistas, mas que incluam outras conexões possíveis, que permitam a experi- mentação, a criação, que sejam um acontecimento, isto é, que abalem o campo dos sentidos, que façam ser necessária a busca por novos sen- tidos daquilo que acontece (ABRAHÃO; MERHY, 2014). Saíamos da unidade de saúde e adentrávamos a comunidade, portanto, carregadas de novas possibilidades. Abertas ao devir, à experiência e disponíveis à escuta não só da família acompanhada, mas de todo o seu entorno. Atentávamos aos muros, aos olhos dos caminhantes e aos passos das crianças. Ir à campo assim proporciona que voltemos um olhar atento para as singulares formas de viver da comunidade, de modo a não im- por um cuidado unicamente a partir das premissas teóricas aprendidas, mas que esteja aberto para uma construção coletiva e ética. PARA (NÃO) CONCLUIR Pressupõe-se que, em uma prática interdisciplinar, hajam trocas de experiência, conceitos e métodos que possam convergir no acom-

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