Redes: força de produção em um serviço escola

Nedio Seminotti 99 fluenciam diretamente os achados da realidade, pois estes dependem dos mé- todos e técnicas empregados. Um ente físico pode se manifestar como onda ou partícula, segundo o método usado para conhecê-lo (ROCHA FILHO, 2014). As ciências da Modernidade tiveram influência direta na Sociologia Positivista, concebida por Auguste Comte (1798-1857), expoente fundamen- tal na abordagem científica da organização da sociedade. Para isso, ele assu- miu princípios das ciências exatas e biológicas que pretendiam prever e pla- nejar o futuro (GIDDENS, 2000). Em seu funcionalismo sistematizado, “... sempre colocou em primeiro plano a organização institucional, oferecendo inabalável oposição ao subjetivismo no âmbito da teoria social” (GIDDENS, 2000, p. 116). Lembremos que a frase, lema do Positivismo, é ‘ordem e pro- gresso’ e que ela faz parte da bandeira brasileira. A Psicologia também teve pretensões de ser considerada uma ciên- cia Moderna, e para isso elaborou método e técnicas, até hoje vigentes, que pretendem prever, por exemplo, se uma criança avaliada terá vida saudável na adultez e se um adulto com determinados traços de personalidade poderá se adaptar bem a um emprego, ou não voltar a cometer crimes, ao sair da prisão. Por sua vez, os testes e orientações vocacionais se baseiam na ideia vigente na Idade Média: “A vocação é aquilo que o ser humano tem de aceitar como desígnio divino, ao qual tem de se dobrar ...” (WEBER, 2006, p. 77). A SUBJETIVIDADE E A ORGANIZAÇÃO SOCIAL COMPLEXA Na Pós-Modernidade, há outros entendimentos sobre a ordem so- cial. Morin (2008, 2003) propõe que se a compreenda segundo princípios de organização ou do pensamento sistêmico complexo, no qual não podemos compreender o todo apenas dividindo-o em suas partes elementares, como indicava a Modernidade. Para compreender o todo é fundamental que se leve em consideração o todo, as partes e as relações entre partes e entre partes e todo. Os sistemas complexos têm propriedade de serem simultaneamente, por exemplo, abertos E fechados, autônomos E interdependentes. Para que sistemas – pessoas, por exemplo - sejam autônomos, precisam da interdepen- dência e vice versa. Ao terem as duas propriedades, que parecem contradi- tórias, caracterizam uma dialógica ou uma dialética dialógica, que contempla não apenas as complementaridades e sínteses dos contrários, mas também as contradições e os tensionamentos decorrentes da impossibilidade de consen- so entre lógicas diferentes e/ou paradoxais. A inter-relação entre sistemas complexos ocorre na abertura para intercâmbio de energia e informação, E no encerramento operacional para

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