Redes: força de produção em um serviço escola
98 A vida humana organizada em redes e em estruturas hierárquicas: considerações sobre paradigmas que as sustentam Física, da Filosofia e da Sociologia que perpassaram a história da humanidade e que contribuem à definição e ao entendimento desses padrões de organi- zação social. PALAVRAS-CHAVE: Organização Social. Estrutura Hierárquica. Rede. Pa- radigmas do Conhecimento. Pensamento Complexo A CIÊNCIA MODERNA: O MUNDO SIMPLES E OBJETIVO A ciência, em acordo com a Modernidade e a Ilustração – séc. XVII e XVIII –, teve uma contribuição fundamental para o desenvolvimento da humanidade. Embora a Modernidade remonte ao início do século XVII, ela teve realce no XVIII (HARVEY, 2003), especialmente através dos funda- mentos científicos de Newton, que se situava no realismo da ciência. Ao tirar o mundo das sombras da Idade Média, iluminando-o com a luz da razão, ele emancipa a humanidade dos mitos e irracionalidades. Sabemos que Des- cartes também teve uma contribuição fundamental para Modernidade, e sua frase ‘penso, logo existo’ é talvez a mais conhecida expressão do Racionalis- mo e exemplo do conhecimento que valoriza sobremaneira o saber racional. Ambos ofereceram a possibilidade de entender o mundo pelo conhecimento terreno e não apenas segundo o Criacionismo: o ser humano ao soltar-se das amarras do Teocentrismo deixou de ser somente criatura de Deus para ser criador do mundo. Portanto, um mundo que passou a se distanciar das especulações religiosas e das incertezas, mitigadas pelo Realismo, e a ser visto como objetivo, absoluto e concebendo-se uma relação causal linear entre seus fenômenos: causas específicas produzem efeitos previsíveis. Os cientistas da Modernidade, segundo Laplace, achavam que res- tavam apenas duas questões mais a explicar: a velocidade relativa da luz e a radiação dos buracos negros. Como tudo parecia explicável, houve uma espécie de ‘morte intelectual’ da Física (OLIVEIRA; VIEIRA, 2009). Esta certeza só foi questionada e sacudida com contundência em 1900, por Max Plank, considerado o pai da teoria quântica, ao afirmar que a energia não era um fluido contínuo, mas produzida e absorvida em pequenos pacotes que denominou quantum. Einstein, contemporâneo de Plank, em 1905, assegurou que o mundo não é absoluto, pois depende do observador e dos métodos que usa para conhecer a realidade (OLIVEIRA; VIEIRA, 2009). Com estes questionamentos, a ciência começou a entender que alguns níveis de realidade podem ser explicados pela Física Clássica como a lei da gravidade, por exemplo, mas outros não, especialmente quando se trata de massas muito pequenas ou muito grandes e de questões humanas. Segundo Bachelard (1978), na ‘nova ciência’ os processos do método de pesquisa in-
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