Redes: força de produção em um serviço escola
Izana Soares Rodrigues, Luísa Moutinho Cavalcante e Michele Scheffel Schneider 95 tilizado. Segundo a autora, é importante também estar atento à neutralidade e aos lados “maternal, protetor ou professoral” (p. 50) que a criança possa encorajar. Tal citação faz muito sentido, e acreditamos que a Oficina serviu como um espaço de transição, do ser professora para o caminho rumo ao ser psicóloga. Com o andamento da Oficina e nas supervisões construímos um novo olhar e uma nova forma de entender esta ação, saindo do lugar profes- soral para uma escuta analítica. Um exemplo disto foi entender que planejar um encontro não era planejar uma aula, que não tínhamos conteúdos pré-de- terminados a serem transmitidos e que os dispositivos pensados não tinham a finalidade pedagógica. Vale considerar que esta ação “Oficina do Brincar” é nova no serviço e, neste sentido, segue sendo pensada, amadurecida, reformulada. No entan- to, já se mostrou como um espaço bastante potente tanto para o desenvol- vimento das crianças, como das coordenadoras. Nesta escrita paramos por aqui, porém nossa caminhada no PAAS e nossa trajetória relacionada ao vir a ser psicóloga segue. A “rede invisível” permanece nos afetando, nos ensinan- do, mas principalmente nos equilibrando. Entendemos que este texto pode abrir a possibilidade para novos pensares, outras inquietações e este é o nosso desejo, que a Oficina do Brincar provoque sempre novos olhares nesta rede de muitos saberes. REFERÊNCIAS AFONSO, Maria Lúcia M. Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção psicossocial. In: AFONSO, Maria Lúcia M. (Org.). Oficinas em Dinâmica de Grupo : um método de intervenção psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006, p. 9-61. CAMBUI, Heloisa Aguetoni; NEME, Carmen Maria Bueno; ABRÃO, Jorge Luís Ferreira. A constituição subjetiva e saúde mental: contribuições winnicottianas. Ágora , Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, jan./abr. 2016, p. 131-145. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/agora/v19n1/ 1809-4414-agora-19-01-00131.pdf> . Acesso em: 26 jul. 2017. CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta : reflexões para psi- coterapeutas, aspirantes e curiosos. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede . Tradução de Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 1999a. CASTELLS, Manuel. A construção da identidade. In: CASTELLS, Manuel. O poder da identidade . Tradução de Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999b, p. 22-28.
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz