Redes: força de produção em um serviço escola

Aline Cattani, Luísa Moutinho Cavalcante, Maria Lucia Rodrigues Lopes e Martha Wallig Brusius Ludwig 75 Segundo Fligie e Guimarães (2014) a EM objetiva a consolidação da motivação e engajamento do paciente com o seu processo de modificação do comportamento através de uma forma de conversa colaborativa. A EM no cuidado à saúde é uma forma de conversa colaborativa voltada para o fortalecimento da própria motivação do paciente. O indivíduo é instigado a buscar suas próprias motivações e responsabilidades visando um maior com- prometimento com a mudança. Respeitando a autonomia do paciente, os profissionais não determinam suas ações, mas sim o conduzem para uma reflexão do que e como poderia ser feito. Dessa forma o paciente é respon- sável pelo estabelecimento de suas metas com o tratamento. Os profissionais que conduzem uma intervenção a partir da EM, devem ter habilidades es- pecíficas, como empatia, compreensão e diminuição da intenção resolutiva. A escuta das motivações é parte crucial do atendimento, pois profissional e paciente podem ter compreensões distintas das metas e benefícios. Dessa forma é dever do profissional estimular e fortalecer a autoconfiança do indi- víduo enfatizando o que pode ser e o que já foi feito no processo de mudança (ROLLNICK, MILLER, BUTLER, 2009; FEOLI, 2014). A aplicação da EM objetivando o emagrecimento parte do mesmo pressuposto do cuidado à saúde. Inicialmente conduzida a partir da cons- ciência do problema relacionado à alimentação do indivíduo, e posteriormen- te definição de metas atingíveis. Profissional e paciente trabalham juntos na prevenção de recaídas dos comportamentos que já foram modificados, su- peração de barreiras, dificuldades e estresse, apoiando o sujeito na sua inte- gralidade. Essa forma de aconselhamento demonstra eficácia a partir de seus resultados positivos em relação à mudança comportamental e promoção de saúde, considerando que o paciente constrói de forma colaborativa seu trata- mento (FEOLI, 2014). As decisões de metas, de pensar em um plano alimentar ou de refletir quanto a estratégias necessárias para o paciente são discutidas junto com o mesmo, assim como a busca por evocar do sujeito o que o motiva, tendo como premissa o respeito à autonomia dele. Assim, a colaboração, o evocar do paciente e o respeito à autonomia se configuram como o “espírito” da EM, focando não apenas em resultados e tendo consciência de que as pes- soas podem e devem determinar as suas escolhas (ROLLNICK; MILLER; BUTLER, 2009). Já o MTT, também chamado de Modelo de Estágios de Mudança de Comportamento, mostra que esta alteração ocorre com a vivência de cinco estágios que representam quando ela ocorre, o quão pronto o sujeito está para isto e o seu nível de motivação para tanto (TORAL; SLATER, 2007). O

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