Redes: força de produção em um serviço escola
Aline Cattani, Luísa Moutinho Cavalcante, Maria Lucia Rodrigues Lopes e Martha Wallig Brusius Ludwig 71 INTERCONSULTA E ATENDIMENTO CONJUNTO A interconsulta é inicialmente inserida em uma prática do tratamento de saúde mental voltada para pacientes hospitalizados. Seu objetivo é alcan- çar um atendimento integral, dessa forma desde sua estruturação pressupõe- -se que diferentes especialidades percorressem o caso de forma transversal. (BRASIL, 2011). Conforme definição do Guia Prático de Matriciamento em Saúde Mental, a “Interconsulta é o principal instrumento do apoio matricial na atenção primária sendo, por definição, uma prática interdisciplinar para a construção do modelo integral do cuidado” (BRASIL, 2011, p. 25). Na prática diária dos serviços de saúde são inseridos diferentes for- matos de interconsulta, como a discussão de caso entre a equipe de forma biopsicossocial, organização de intervenções e até mesmo atendimentos e visitas domiciliares conjuntas. Essa assistência, aliada à compreensão do pro- cesso saúde e doença, consiste na melhor elaboração de um projeto tera- pêutico singular para os casos. A escuta ampliada e a melhor compreensão do indivíduo resultam em um processo de formação permanente (BRASIL, 2011). Além disso, a prevenção primária e promoção de saúde são garantidas com a interconsulta e suas ações terapêuticas (FORTES; FURLANETTO; CHAZAN, 2006). Inserido nas diferentes abordagens adotadas na interconsulta, como as já citadas discussões de casos e visitas domiciliares, o atendimento em conjunto caracteriza sua forma mais complexa (BRASIL, 2011). A aborda- gem do atendimento em conjunto consiste em uma ferramenta pouco utili- zada, segundo Mello Filho e Silveira (2005), que se caracteriza por dois pro- fissionais de diferentes áreas da saúde conduzindo os atendimentos juntos e de forma contínua, estimulando maior compreensão dos determinantes de saúde do paciente, bem como sua atenção integral. Através dessa experiên- cia é possível: integrar e fomentar saberes, competências técnicas, práticas e pensamentos críticos; incentivar a escuta e cuidado; tornando assim as diferentes áreas de atuação do campo da saúde comuns, aproximando e am- pliando a promoção de saúde no país. (MEDEIROS; BRAGA-CAMPOS; MOREIRA, 2014). O atendimento em conjunto surge de forma prática com o profes- sor Júlio de Mello Filho em meados de 1997. Inicialmente, a experiência de abordagem conjugada foi realizada em psicoterapia breve, com metas a curto prazo, nesse contexto atendiam conjuntamente médicos residentes, internos e professores de Psicologia Médica. Após a verificação do sucesso da abor- dagem, bem como aplicação em assistência ambulatorial, o atendimento em
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