Redes: força de produção em um serviço escola

Amanda Lemos da Silva, Cauê Rodrigues, Mauro Antônio Félix e Nelson Eduardo Estamado Rivero 65 melhora significativa dos outros familiares. Em relação a sobrecarga física e emocional demonstrou-se melhor também, visto que o esposo conseguiu alguns ganhos no autocuidado. Ela apresentou diferença de resultado na reaplicação do questionário QASCI Brasil nos domínios emocional e apoio familiar. A Usuária 2 também se mostrou aberta a procurar atendi- mento psicológico no PAAS. O cuidador familiar/informal de idosos dependentes precisa receber orientações de como proceder no dia a dia e nas situações mais difíceis que possam surgir, assim como receber visitas domiciliares frequentes de profis- sionais como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros profissionais da área da saúde, como fonte de ajuda e capacitação, isso aju- da-os a encarar melhor a situação, a diminuir sua sobrecarga e a melhorar o enfrentamento, repercutindo em todos os âmbitos da sua vida, gerando uma melhora progressiva no seu bem estar de forma geral (KARSH, 2003). O trabalho realizado junto ao território dos usuários demanda uma desestabilização dos trabalhadores, pois esta mudança foge de uma lógica hospitalocêntrica, a qual dita que os profissionais especialistas possuem o conhecimento e assim devem esperar pelos pacientes em seus consultórios, deslocando o espaço de saúde da UBS para o ambiente na qual a família está inserida, indo assim, ao encontro à humanização do serviço de saúde (DIMESTEIN, 2004). A atuação entre diferentes profissionais requer a abertura dos saberes profissionais, se faz necessário olhar para a família de maneira ampla. Nesse sentido, Barros (2005, p. 132) nos instrumentaliza com o conceito de integra- lidade, ou seja “[...] um “entre-relações de pessoas”, ação integral como efeitos e repercussões de interações positivas entre usuários, profissionais e instituições, que são traduzidas em atitudes como tratamento, digno e respeitoso, com qualidade e acolhimento e vínculo” Fez-se necessária a fuga dos “especialismos” profissionais e a abertu- ra para criar as possibilidades de intervenções de acordo com as necessidades e os saberes dos usuários (DIMESTEIN, 2004). A construção do Plano Te- rapêutico Singular (PTS), além de lidar com o genograma e ecomapa, foram ferramentas importantes, pois deram voz e reconhecimento aos conhecimen- tos vivenciados durante os encontros. Capacitando os usuários a agirem ati- vamente nos seus processos de saúde e possibilitando que os estagiários re- fletissem sobre suas formações, entendendo que no campo da saúde pública a humanização se faz prioritária.

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