Redes: força de produção em um serviço escola
48 Os desafios das demandas para atendimento psicológico com jovens institucionalizados grande maioria institucionalizados, ao invés da solicitação para a realização de perícias. Diante disso, optamos em realizar o que temos chamado análise de demanda, cujo objetivo é identificar qual o desejo e entendimento destes jovens pelo atendimento psicológico, considerando que eles nos chegam por uma intimação judicial e não por vontade própria o que nos instiga a pensar em novas alternativas para esta situação. Assim, novas metodologias de traba- lho estão sendo buscadas, com o intuito dos encaminhamentos fazerem mais sentido para os jovens, entre elas o Plano Terapêutico Singular. PALAVRAS-CHAVE: análise de demanda; psicoterapia individual; adoles- centes institucionalizados; plano terapêutico singular. INTRODUÇÃO Ao longo da nossa prática no Projeto Psicologia e Justiça, do PAAS, mais precisamente na Ação Perícia Psicológica, notamos um aumento nos en- caminhamentos realizados pelo juizado, solicitando atendimento psicológico, na sua grande maioria, para adolescentes institucionalizados. No momento em que recebemos a notificação para tratamento temos poucas informações sobre o jovem que está nos chegando. Sabemos quem ele é apenas a partir do seu processo judicial e um ofício nos informa sobre qual o motivo o juiz acreditou ser necessária uma intervenção da psicologia. Tampouco sabemos se o jovem deseja o atendimento que lhe foi determinado. Nesse sentido, o PAAS pensa ser fundamental que esses adolescentes realizem um processo de avaliação, também chamado por nós de análise de demanda, o qual busca identificar a necessidade de tratamento. É um mo- mento no qual o jovem, como protagonista de sua própria história, pode ser escutado em sua singularidade. Miranda Júnior (1998) afirma que, quando abrimos espaço de escuta do outro, abrimos também a possibilidade de emer- gência do sujeito enquanto singularidade na sua relação com a lei. Dentre as análises de demanda, nos chegam histórias de adolescentes institucionalizados que, por questões comportamentais e/ou psicológicas, a justiça julgou ser necessária alguma ação da Psicologia. Frente a estes encami- nhamentos nos questionamos o quanto as possibilidades de intervenção do PAAS são efetivas. Diante disso, entendemos a importância de nos articular- mos junto à rede, ampliando formas de acolhimento e cuidado aos jovens, para além de uma psicoterapia individual ou grupal, ofertas viabilizadas atual- mente pelo serviço. Nossa expectativa é que esses adolescentes tenham a possibilidade de reinventar a forma de convívio com suas histórias, apesar do peso de seu
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