Redes: força de produção em um serviço escola

38 Grupo Canoagem Velocidade: um relato de experiência INTRODUÇÃO A Rede de Atenção à Saúde (RAS) contempla ações e serviços de saúde de diferentes campos técnicos que por meio de sistemas de apoio téc- nico, logístico e de gestão são integradas e buscam assegurar a integralidade do cuidado (BRASIL, 2010). “O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica.” (BRASIL, 2010, p. 4). Também podemos entender a rede como um emaranhado de relações das quais os indivíduos constituem os nós. Diante dessa perspectiva, há uma transformação das ideias frente à organização social (JUNQUEIRA, 2000). A rede social pode ser entendida como um campo presente, estruturado por vínculos de indivíduos, grupos e organizações, que são construídos ao longo do tempo. Essa rede, encontra-se em constante interação e transformação (MARQUES, 1999). Frente a esta perspectiva, “as pessoas organizam seu significado em torno do que são e acreditam que são, e as redes de intercâmbios conectam indivíduos, grupos, regiões e organizações de acordo com os objetivos pro- cessados na rede” (CASTELLS, 1999 apud MARQUES, 1999, p. 39). Sendo assim: As redes sociais se expressam como um conjunto de pessoas e orga- nizações que se relacionam para responder demandas e necessidades da população de maneira integrada, mas respeitando o saber e a au- tonomia de cada membro. Com isso, as redes constituem um meio de tornar mais eficaz a gestão das políticas sociais, otimizando a uti- lização dos recursos disponíveis. Ao preservarem a identidade de cada membro e sua competência na gestão dos recursos, fazem com que essas organizações se integrem, tanto na concepção das ações intersetoriais quanto na sua execução, para garantir à população seus direitos sociais. (MARQUES, 1999, p. 40). Diante desse processo, a população passa a ser sujeito e não objeto de intervenções, assumindo um papel ativo na identificação dos problemas e na sua solução (MARQUES, 1999). Esse processo possibilita a construção de novas identidades de projeto (CASTELLS, 1999 apud MARQUES, 1999, p. 43). No caso do Sistema Único de Saúde (SUS), seu projeto tem caráter transetorial, pois a sua concepção de saúde não se restringe a saberes especí-

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