Redes: força de produção em um serviço escola

Augusto K. da Silveira, Francine Tomasini, Larissa A. S. de Oliveira, Márcia L. Rieth Uber e Vanderléia C. dos Santos 33 malha, que implica em acessibilidade; resolutividade; preservação da autono- mia; direito à informação e divulgação de informações; responsabilidade e regionalização e hierarquização. É importante ressaltar também o quanto essa “rede cuidadora” não deve ser restrita aos serviços de saúde, mas articulada com outros recursos da sociedade, como apoio familiar, religiosidade, alter- nativas de sustentação econômica, moradias, redes de solidariedade e outros que compõem as redes sociais de apoio. CONSIDERAÇÕES FINAIS O PAAS como um Serviço de Saúde Coletiva, também tem o com- promisso de provocar o rompimento da lógica hierarquizada das políticas públicas e dos níveis de atenção em saúde. Para isso, precisa ocupar-se de des- locamentos na organização e planejamento de suas próprias práticas em saú- de. Esses movimentos podem se dar através de uma maior visibilidade para o tema da Rede em saúde no serviço – o que se dá com a teorização do tema no processo formativo; com a participação em reuniões de microrrede e com o fortalecimento dos espaços de participação dos usuários e equipe. A situação de insegurança e instabilidade na sociedade brasileira é fonte de constante desconforto, inquietação e perturbação, que se traduzem como stress e sofri- mento, que por consequência geram o adoecimento da população. Aqueles que buscam o atendimento de saúde dos serviços públicos querem “cuidar” de sua saúde e para essa imensa parcela da sociedade, obter saúde significa, em grande parte, “ser cuidado”. Merhy (2013b) provoca a pensar que trans- formar um encontro em processo intercessor não é só estar com o outro em ato, há que se desterritorializar dos saberes- instituídos e de seus lugares seguros, mas isso não é uma decisão moral ou ética a priori de ninguém, e sim uma afecção que os encontros produzem – desacomodando, incomodando, simpatizando e irritando – num desafio do agir em saúde. A possibilidade de se engajar num projeto que discuta sobre a gestão do cuidado, num espaço de formação como o PAAS, oportuniza aos participantes experiências e co- nhecimentos que contribuem na prática do profissional em saúde. O grupo de trabalho planeja ações no sentido de ampliar a participação junto à Rede Municipal de Saúde e Assistência, em reuniões de microrrede e visitas às ins- tituições. É importante para o andamento do projeto Linhas de Cuidado que a equipe do PAAS possa se comprometer com o mesmo e proporcionar o apoio necessário, pois o PAAS já vem construindo propostas potentes e acu- mulando experiências em ações que tem aumentado a possibilidade de que ele se mantenha numa prática de saúde fundada no cuidado humanizado e na integralidade, bem como na Educação Permanente – componente singular na composição das suas próprias tecnologias de cuidado.

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