Redes: força de produção em um serviço escola

30 Linhas de Cuidado – construindo caminhos de cuidado descrevem os fluxos assistenciais que são seguros e garantidos aos usuários do sistema de saúde, visando atender a sua demanda como um todo, utilizando os recursos disponíveis na rede e que se façam necessários. Segundo Mendes (2010), existem evidências na literatura internacional de que a formação de redes de atenção à saúde pode melhorar a qualidade do atendi- mento e garantir uma maior satisfação dos usuários com relação aos serviços, bem como diminuir os gastos com saúde. O conceito de linhas de cuidado foi construído a partir da necessida- de de efetivar a integralidade na atenção em saúde. Podemos pensá-la como um mapa ou imagem que assegura fluxos assistenciais no intuito de afirmar que os usuários tenham suas necessidades devidamente atendidas. O obje- tivo é cartografar por onde o sujeito irá circular dentro da rede – inclusive instituições que não estejam diretamente inseridas no sistema de saúde. O cuidado integral deve unir ações preventivas e de manutenção, disponibilizar os recursos que o usuário precisa e contar com um fazer pleno por parte dos profissionais (FRANCO; FRANCO, 2012). A prática dos profissionais da saúde, nessa perspectiva, deve estar fundamentada em uma postura ética e acolhedora, em que será necessário que os serviços estejam alinhados para dar suporte a essa rede de cuidados. Na constituição dessa metodologia, deve haver a construção de vínculos com os sujeitos atendidos, a produção de uma escuta qualificada e encaminhamen- tos seguros onde serviços de diferentes níveis de atenção constituam fluxos, de forma que o usuário seja o elemento estruturante de todo o processo. Em suma, o trabalho deve deixar de ser isolado para se tornar integrado, com um saber-fazer amplo, tornando as diretrizes cada vez mais presentes no coti- diano de trabalho (FRANCO; FRANCO, 2012 FRANCO; MAGALHÃES JUNIOR, 2004). O cuidado no campo da saúde é sua própria razão de ser e se apre- senta como uma categoria analítica para questionar os modos como são produzidas as ações de saúde e organizadas as instituições responsáveis por essa produção (SILVA JUNIOR; ALVES; ALVES, 2013). Para Merhy (2013a), no processo de produção do cuidado em saúde todos os agires se encontram em ato e no campo micropolítico do encontro entre traba- lhadores e usuários. No mundo do cuidado a produção do acolhimento, como expressão de um agir centrado nas tecnologias leve-relacionais, tem um efeito fundamental na construção dos processos terapêuticos. É im- portante pensar que são terapêuticos os processos de produção de cuidado medidos pela capacidade de manter ou enriquecer as redes de conexões existenciais dos sujeitos.

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