Redes: força de produção em um serviço escola

28 Linhas de Cuidado – construindo caminhos um serviço de saúde coletiva, o PAAS – Projeto de Atenção Ampliada à Saú- de, sente-se também convocado a pensar acerca dessa realidade, e propicia es- paços para discutir a organização de suas práticas em saúde. Um dos projetos desenvolvidos denomina-se “Linhas de Cuidado” (LC), e apresenta-se com o objetivo de fortalecer um dos princípios de funcionamento e de formação do serviço – o trabalho em e na rede . Acredita-se que a integralidade da atenção em saúde é sustentada pela otimização e capacidade de aquecimento da rede de cuidados, e, para isso, mapear o Linhas de Cuidado é uma forma de dar visibilidade à sistematização das ações em saúde, a partir da composição de fluxos entre os serviços da rede, para as diferentes situações de cuidado. O Projeto Linhas de Cuidado veio acontecendo, num primeiro momento, com o desenho das diferentes linhas da rede interna do PAAS, partindo, depois disso, para a observação dos seus fluxos com os demais projetos do Centro de Cidadania e Ação Social – CCIAS – UNISINOS, e com os serviços da rede de atenção em saúde do município de São Leopoldo. A equipe que vem desenvolvendo as ações do projeto provoca movimentos que deslocam os sujeitos nos espaços de prática de saúde, provocando e possibilitando a cons- trução de caminhos para os cuidados. PALAVRAS-CHAVE : Linhas de cuidado; rede; trabalho. LINHAS DE CUIDADO O campo da saúde vem sofrendo transformações importantes, nas últimas décadas, em decorrência da conjuntura socioeconômica determinada pela política do capitalismo globalizado – do estilo de crescimento econômi- co e desenvolvimento social do nosso país. (CASTEL,1993). O aumento do desemprego e da violência cotidiana, a endêmica concentração de riqueza, o corte e desvio de verbas da saúde, o desmonte do setor público e a precari- zação das condições de trabalho das equipes de saúde, são alguns dos fatores que contribuem para os agravos de saúde da população e, assim, afetam di- retamente a área da saúde pública (VALLA, 1999; LUZ, 2009). Nesse con- texto, se amplia a demanda de atenção de saúde por problemas de natureza psicossocial, expressos como ansiedade, depressão, angústia, medos, dores generalizadas, entre outros. Os limites do modelo médico hegemônico não lhe permitem lidar com os agravos psicossociais e com as queixas de adoe- cimento e sofrimento difuso na sociedade. Para isso, é necessário repensar a organização das práticas de saúde ofertadas pelos serviços públicos. Assim como a oferta de serviços de saúde influencia a demanda dos usuários, a compreensão da demanda por parte dos gestores e profissionais pode ser útil na organização de práticas promotoras de saúde. Para tanto, as categorias

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