Redes: força de produção em um serviço escola

22 Redescobrindo a extensão universitária na Unisinos ção. É latente a vontade de parceria, a busca da oxigenação necessária que advém do conhecimento produzido na universidade através das diferentes Escolas que a compõem. É visível a vontade de participação e articulação destas parcerias entre Projetos/Programas e Graduação. É possível inferir que tais projetos trabalham numa perspectiva de Rede, entre os próprios projetos internamente e com a Rede externa de As- sistência do município de São Leopoldo. A perspectiva de trabalho em Rede permite que demandas identificadas em um projeto possam ser articuladas com outros projetos, revelando um modo de funcionar bastante interessante, o que leva a refletir na perspectiva em rede como potência. As redes são arti- culações fundamentais neste cenário, visto que aparecem como dispositivos para a produção de novas subjetividades (GUATTARI, 1997), reinventando identidades(s) e novas maneiras de ser em grupo que apontem para outra ecologia que contemple a subjetividade, o meio ambiente e as relações sociais. A organização em Rede contém elementos que possibilitam a ruptura com lógicas lineares, apontando novas dinâmicas sociais, quando pensadas como dispositivos de gestão mais significativas para o desenvolvimento de outros modos de estabelecer relações. Redes possibilitam, por serem estru- turas abertas, articulações que aumentam a participação coletiva e garantem liberdade individual. Não me refiro às Redes como estruturas organizacionais, gerando no- vos organogramas, mas na rede como outro modo de organização possível, pensada como dinâmica, aberta, ativa e, portanto, comportando a desordem (MORIN, 1999). É na intensidade da interação que se produz os nós que com- põem uma Rede, e onde reside seu êxito. Castells (1999) chama a atenção para o fato de que o desempenho de uma rede está condicionada ao desenvolvimento de dois atributos que lhe são peculiares: a conectividade, ou seja, a capacidade que uma Rede adquire de possibilitar uma comunicação fluída, sem ruídos en- tre aqueles que a compõem. O segundo elemento é a coerência, o que implica em haver interesses sendo compartilhados entre o que é o objetivo de uma Rede específica e os objetivos individuais daqueles que a compõem. Destaco duas propriedades da articulação em Rede, na visão de Man- ce (1999): a diversidade (integrar um número de organizações de naturezas diversas, articulando recursos e desenvolvendo projetos comuns, fortalecen- do os nós que compõe a Rede) e autopoiese (Rede é um sistema aberto que se autorreproduz). Alongo-me um tanto em apresentar esta perspectiva da rede, visto que uma das possibilidades vislumbradas para futuras ações é o fomento de

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