Redes: força de produção em um serviço escola
Isamara Della Favera Allegretti 21 Tal medida teve como desdobramento o fato de boa parte do impac- to social relacionado às atividades extensionistas estar ligado aos cursos que possuem esta atividade prevista em suas diretrizes curriculares através dos chamados “Serviço Escola”. Dito isso, o que me parece importante no contexto deste relato, foi possível identificar a partir das conversas com os coordenadores de projetos e com coordenadores de alguns cursos de graduação, que a Unisinos apresenta, atualmente, uma concepção frágil de Extensão, mesmo que o conceito esteja presente nos documentos institucionais. Os programas/projetos sociais operam com um número bastante reduzido de técnicos e de estagiários, o que revela uma baixa participação dos acadêmicos da universidade. A exceção é encontrada exatamente nos intitulados “Serviço Escola”, onde o PAAS (Programa de Atenção Ampliada à Saúde) e o PRASJUR (Programa de Práticas Sociojurídicas) podem ser des- tacados. Cursos de graduação envolvidos nestes programas (cito, por exem- plo, Psicologia, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Direito, entre outros) possuem muitos alunos engajados em diferentes projetos que articulam estes programas, permitindo uma ampla participação dos alunos em diferentes ati- vidades. É possível perceber que, nestes casos, os programas estão bastante articulados com o Projeto Político Pedagógico dos Cursos, e contam com a supervisão de docentes e técnicos. Uma das características dos programas citados é a participação de alunos de diferentes graduações, levando ao exer- cício da inter e transdisciplinaridade. Cabe refletir que a condição de Serviço Escola mantém a extensão viva e conduz à constante reinvenção, o que pude constatar no PAAS através do processo de transformação e nova forma de gestão do serviço. Esta última reflexão é inspirada nas palavras de Follmann (2014), que nos provoca a tensionar o diálogo entre transdisciplinaridade como um cami- nho futuro para as instituições educacionais: Repensar a extensão universitária significa, sobretudo, repensar a sala de aula e o processo de ensino-aprendizagem e o conceito de labo- ratório. Significa impregnar esses ambientes (ou processos) com a cultura da transdisciplinaridade (p. 37). A rodada de conversas com os projetos, mesmo que observada a pouca participação dos alunos da graduação, permitiu constatar o trabalho surpreendente realizado pelos professores, técnicos e estudantes que neles atuam, mesmo que com recursos bastante reduzidos. O potencial existente nos projetos pode ampliar a articulação com os diferentes cursos de gradua-
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