Redes: força de produção em um serviço escola

14 Os desafios do trabalho em redes, num serviço escola da área da saúde que o estudante reflete sobre sua prática e a realidade em que está inserido. No que se refere às práticas de ensino orientadas pela integralidade, é neces- sária uma postura crítica, reflexiva, social e criativa de reconhecer as possibi- lidades e aceitar o desafio de “aberturas possíveis” resultante dos encontros estabelecidos entre o conhecido e o desconhecido, permitindo a experiencia- ção, e não, a determinação (PINHEIRO; CECCIM, 2005; GARANHANI et al. , 2005). A partir deste contexto, o Projeto de Atenção Ampliada à Saúde (PAAS), serviço escola interdisciplinar na área da saúde, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), busca a formação multiprofissional em espaços coletivos, que ampliem os processos colaborativos nas práticas coti- dianas da atenção à saúde. Para tanto, torna-se necessário tecer redes internas e externas, flexíveis e maleáveis que apoiem o cuidado aos usuários do ser- viço. Mendes (2011), define Redes de Atenção à Saúde: São organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordena- da pela atenção primária à saúde – prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa, de forma humaniza- da e com equidade – e com responsabilidade sanitária e econômica e gerando valor à população (MENDES, 2011 p. 82). O PAAS, não é um serviço que segue os princípios da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), como serviço escola organiza seus próprios fluxos de trabalho, com foco na formação integral dos futuros profissionais da área da saúde. Mesmo não tendo um vínculo direto com o SUS, mantém uma articu- lação com as diferentes redes do município de São Leopoldo. Esta articulação manifesta-se desse a chegada dos usuários ao serviço. O Acolhimento no PAAS é praticado de forma grupal, onde acadêmicos e técnicos realizam uma escuta qualificada, buscando o melhor encaminhamento para as demandas individuais e coletivas. Muitas vezes, torna-se necessária a intervenção junto à rede de educação, de assistência social, jurídica e de saúde, para identificar as reais condições e possibilidades dos usuários que buscam nosso serviço. Para Righi (2010), sem valorizar o espaço vivido, há risco de segregar, separar por áreas de especialidades. Nesta perspectiva teórica, a trama da rede de atenção tecida sobre um território também pode escondê-lo. Pensar redes,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz