Redes: força de produção em um serviço escola

Nelson Eduardo Estamado Rivero e Rosana Cecchini de Castro 11 assistência), passando por ações que tem a rede como um princípio, seja na atenção ambulatorial clínica, nas diferentes grupalidades, nas relações dentro do próprio serviço, nas parcerias intersetoriais e institucionais, ou seja, que tenham compromisso de construir redes de apoio, trabalho, intervenção, cui- dado em diferentes espaços. Aproveitamos este momento para também registrar como o próprio PAAS vem buscando apresentar-se cada vez mais como um serviço que dá passagem aos fluxos e movimentos de uma rede de relações, afetos e traba- lhos. Em outra oportunidade no volume 2 dos Cadernos do PAAS já apon- távamos: No momento em que concebemos o serviço escola como um espaço vivo na produção dos cuidados em saúde, é inevitável que sejamos constantemente desafiados a repensar nosso fazer na direção de qua- lificar as ações de cuidado e de formação. A invenção ou reinvenção das práticas na direção da ampliação das ações, da clínica, da promo- ção em saúde trazem para o palco a necessidade de investimento em métodos e técnicas que possam articular-se de forma mais legitima e consistente com a realidade que invade o PAAS através da população que o habita (CASTRO, R. C.; RIVERO, N. E. E.; RUSCHEL, L. F., 2015, p. 12). Assim, este serviço que constantemente está demandado, afetado por uma vida que sempre tem novos protagonistas, um novo grupo de es- tagiários, novos pacientes, também entendeu que precisaria ter condições de acompanhar este movimento através da sua forma de organização. Como já descrito no volume 3 do Cadernos do PAAS, em 2016 con- solidamos uma reestruturação do serviço que abandonou o desenho dos Nú- cleos de estudo e práticas por uma forma mais fluida de formação e trabalho de atenção em saúde baseada na afirmação de princípios (interdisciplinarida- de, rede, acolhimento, clínica ampliada e grupalidade), definição de estratégias (ações de acolhimento, práticas clínicas e intervenções em rede), execução de ações continuadas (acolhimento em saúde, atendimento clínico individual e em grupo) e de projetos (em 2017/1 foram nove projetos). Este novo for- mato também está relacionado intensamente com a perspectiva da rede, pois sua principal função é permitir um maior fluxo e comunicação entre os “nós” que compõe o cotidiano do serviço (formação, atenção à população, relações institucionais). Apoiados no sistema matricial de administração, hoje o PAAS tem equipes diferentes equipes interdisciplinares desenvolvendo diferentes ações e diferentes campos de intervenção.

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