Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades

PAAS: 20 anos de acolhimento, afecções e saúdes 63 bastante. Nos meus pensamento e modo de agir né. Eu agora me considero uma pessoa normal e tomo remédio como um comple- mento da vida. O remédio eu tenho consciência que eu tenho que tomar. E eu até quando estava em surto eu tomava remédio. Eu me tratei muitos anos com a Dra. Lisa. Agora eu vou na clínica. Eu tenho esquizofrenia. Eu trabalhei muitos anos. Em 96 eu me aposentei. Eu já estava aqui no PAAS, só que daí eu parei porque a coordenadora falou que não podia tá em dois lugar. Lá e aqui. Daí eu escolhi lá por causa da Dra. né. Aí depois eu voltei pra cá de novo. Quando eu voltei aqui para o PAAS, melhorou. A gente pega um carinho pelas pessoas. Eu sempre fui atendido pelas estagiárias de psicologia e enfermagem. Daí, sempre tem despedida. Eu não gosto de despedida. Eu passei por várias. Cada uma tem um modo de agir e de pensar. Apesar que a “a psicologia consiste em deixar falar”. Eu ia com a psicóloga, a gente conversava na praça de brinquedo, da biblio- teca. Daí dava pra ver as pessoas caminhando, aqueles menino de rua. Eu queria dizer que o paciente não desista nunca. Que é muito importante o tratamento. E que o mais importante é a família se tratar. Isso é importante. Olha por tudo o que eu passei lá em 96. As vezes nem a família se tratando não adianta. Esse problema meu começou em 96. Na copa do mundo de 96. Por isso eu nunca mais esqueci né. O remédio a gente tem que ter consciência que tem que tomar né. Tem que ter consciência. Eu tenho. Eu preciso do remédio. Talvez algum dia não né. Pode ser que apareça outra coisa né. Que vai evo- luindo né. O tratamento aqui no PAAS é um remédio. Ajuda no trata- mento. Eu tenho atendimento toda semana na psicologia e na en- fermagem é uma vez por mês. Eu estou à disposição de vocês, no que vocês precisar, e só ligar pra mim que eu venho. Eu só tenho a agradecer vocês! A minha saúde. A minha saúde mental melhorou bastante. Eu fui fundador do CAPS. Eu votei até no nome CAPILÉ, foi o meu amigo Jorge... Eu também, mudou muito meus pensamentos, forma de agir né. Mais consciente né. Eu sei que esse negócio da esquizofrenia é complicado, né. Mas a gente tem que descomplicar. Eu queria falar para

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